Padre Kelmon, candidato à Presidência pelo PTB
Reprodução/SBT - 24.09.2022
Padre Kelmon, candidato à Presidência pelo PTB

Candidato ao Planalto pelo PTB, Kelmon Souza (PTB), o Padre Kelmon , estreou nos debates presidenciais e chamou a atenção pelos trajes característicos da matriz ortodoxa da Igreja Católica e pelo posicionamento adotado no encontro entre os candidatos à presidência na noite desse sábado (24) .

Durante o debate  promovido pelo SBT, CNN Brasil, Veja, Estadão, rádio Nova Brasil FM e Terra, ele se colocou como um aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL) e reclamou das críticas que os demais participantes faziam ao chefe do Executivo. Nas duas oportunidades que teve de fazer perguntas, Bolsonaro escolheu o padre como alvo.

Apesar de ainda ser desconhecido por muitos às vésperas das eleições 2022 , o candidato foi alçado à corrida presidencial após a candidatura do ex-deputado condenado por corrupção Roberto Jefferson (PTB) ter sido negada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE)

No início do mês, o relator do caso, o ministro Carlos Horbach entendeu que Jefferson está inelegível pela Lei da Ficha Limpa. Isso porque ele foi condenado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no âmbito do mensalão, o que o impede concorrer por oito anos após o cumprimento da pena.

Com a saída do ex-deputado e aliado de Bolsonaro, Kelmon Luís da Silva Souza, de 45 anos, registrou-se no TSE. Nascido em Acajutiba, na Bahia, disse ser sacerdote ou membro de ordem religiosa. "Eu sou católico ortodoxo", afirmou.

Apesar de se intitular padre ortodoxo, não faz parte da comunhão das Igrejas Ortodoxas do Brasil.

Padre Kelmon, ao falar sobre o impedimento de Roberto Jefferson em ser candidato, o comparou ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "A lei deveria valer para todos", disse. O religioso ainda criticou os ataques a Bolsonaro no debate. "É cinco contra um. Mas vai ser cinco contra dois, porque nós somos de direita", afirmou, se perdendo na matemática.

De acordo com o site da Justiça Eleitoral, o candidato recebeu R$ 1,5 milhão em recursos para a campanha e, até agora, gastou R$ 1,2 milhão. O patrimônio de Kelmon, segundo o TSE, é de apenas R$ 8.500,  investidos em caderneta de poupança.

Já no portal do partido, ele é descrito como um "homem cristão, conservador e de direita, que sempre se dedicou à igreja e ao combate da esquerda no país". O candidato ajudou na criação do Movimento Cristão Conservador e lidera o Movimento Cristão Conservador Latino Americano (Meccla).

Kelmon, que ganhou notoriedade em grupos conservadores devido ao discurso que sustenta contra a esquerda, ofereceu um documento antiaborto os candidatos para que eles assinassem "um pacto pela vida se comprometendo a proteger as vidas dos bebês nos ventres de suas mães", durante o debate de ontem.

Além disso, o candidato ficou conhecido por vídeos em seu canal do YouTube em que convoca apoiadores para manifestações a favor de Bolsonaro. Admirador dos políticos Levy Fidélix e Enéas Carneiro, também usa a plataforma para denunciar a "islamização" e a "perseguição" a cristãos no Brasil. Kelmon já foi filiado ao PT.

Nesse sábado, durante considerações finais, Kelmon manteve a postura que teve ao longo do debate e fez um discurso ideológico. "Não permita a volta da esquerda ao poder. Olhe a Venezuela. Olhe a Nicarágua", afirmou.

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