O presidente Jair Bolsonaro disse estar "arrependido" de ter autorizado que o ex-policial militar Fabrício Queiroz depositasse cheques que somaram R$ 89 mil na conta bancária da primeira-dama, Michelle Bolsonaro.
Em entrevista ao Flow Podcast, na segunda-feira, o titular do Palácio do Planalto voltou a dizer que o valor se referia ao pagamento de empréstimos feito por ele a Queiroz.
"Quando apareceu isso, de imediato, eu falei que o cheque era para mim. Eu conheço o Queiroz desde 1985 na Brigada Paraquedista, foi meu soldado, pessoa de confiança minha, pagava conta minha. Emprestei para ele, é comum, tinha toda a liberdade. Pagou em cheque para mim, e eu botei na conta da Michelle. Eu me arrependo, poderia ter botado na minha conta, porque ela sofreu. O dinheiro foi para mim, ponto final", disse Bolsonaro.
Ex- assessor do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro e investigado pelo suposto esquema de “rachadinha”, Queiroz depositou 21 cheques na conta de Michelle, entre 2011 a 2016, no total R$ 72 mil. Os extratos bancários também apontam que a mulher do policial militar reformado, Márcia Aguiar, fez depósito de outros seis cheques que somaram R$ 17 mil.
"Foi ao longo de dez anos isso daí. Se você dividir dá menos de um salário mínimo por mês. Falar em propina de um salário mínimo por mês é brincadeira", disse o presidente.
Os depósitos para Michelle foram revelados em agosto de 2020. Em 2021, a maioria do Supremo Tribunal Federal votou para arquivar o pedido de investigação sobre os depósitos na conta da primeira-dama.
Na entrevista de mais de 5 horas no Flow, Bolsonaro ainda disse que o caso das rachadinhas deve ser respondido por Flávio, atualmente seu coordenador de campanha da reeleição.
"Isso é assunto do Flávio. Não vou falar de ninguém. Eu respondo pelos meus atos, o Flávio responde pelos deles", disse Bolsonaro.
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