O ex-coordenador da força-tarefa da Lava-Jato de Curitiba, Deltan Dallagnol (Podemos) , apresentou à Justiça Eleitoral o registro de sua candidatura a deputado federal pelo Paraná nesta quinta-feira e declarou possuir patrimônio no valor de R$ 2,7 milhões. Ele diz que 49% do total desses bens foram acumulados até 2011, antes das investigações da Lava-Jato.
A possibilidade de disputar o cargo, entretanto, ainda depende de decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre gastos da antiga força-tarefa. Em julgamento na última terça-feira, a 2ª Câmara do TCU condenou Deltan e outros procuradores a ressarcir os cofres públicos em cerca de R$ 2,8 milhões com gastos de diárias e passagens , apesar de um parecer da área técnica do tribunal ter apontado a inexistência de irregularidades.
Ainda deve haver recurso à decisão, mas, caso o julgamento final do TCU mantenha a condenação, isso poderia deixar Deltan impedido de disputar a eleição. Caso isso ocorra, o ex-procurador poderia recorrer ao Judiciário para obter uma liberação para disputar o pleito.
O item mais caro de seu patrimônio é a metade de um apartamento em Curitiba, no valor de R$ 1,1 milhão, que Deltan declarou ter adquirido no ano passado. Segundo ele, o imóvel foi pago com recursos provenientes da venda de um imóvel anterior e com recursos de suas economias.
Além disso, ele declarou ter R$ 1,029 milhão em conta bancária e aplicações financeiras, dos quais R$ 571 mil correspondem a doações feitas em vaquinha para que o ex-procurador pague condenação em danos morais ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) aplicou multa de R$ 75 mil a ele por causa de uma apresentação em Powerpoint sobre denúncia contra o ex-presidente.
Deltan afirmou que 49% do valor do seu patrimônio foi adquirido até 2011, antes do início das investigações da Operação Lava-Jato --o que corresponderia a aproximadamente R$ 1,3 milhão do valor total, já com correção monetária pela taxa Selic.
Ele diz ainda que a sua evolução patrimonial desde então é "compatível" com o cargo de procurador da República que ocupava até novembro do ano passado, quando pediu demissão para entrar para a política. Ele tinha salário-base de R$ 35 mil, além de rendimentos seus e de sua esposa.
Dallagnol também declarou possuir metade de uma sala comercial em Curitiba, no valor de R$ 84 mil, dois veículos adquiridos por R$ 40 mil e R$ 57.500,00. Informou ainda ter cotas de participação em três empresas, uma sua e duas em nome de sua esposa.
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