O ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, que quer retomar o mandato de deputado federal, registrou sua candidatura no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e declarou um patrimônio de R$ 14,1 milhões. O valor é mais de cinco vezes maior do que apresentado por Cunha em 2014, quando concorreu pela última vez, já levando em conta a inflação.
Há oito anos, Cunha informou ao TSE ter 1,6 milhão em bens. Corrigido pelo IPCA acumulado nesse período, o valor seria de R$ 2,6 milhões hoje. O ex-deputado trocou de partido e de estado: deixou o MDB e o Rio de Janeiro e vai concorrer pelo PTB, em São Paulo.
A maior parte do patrimônio de Cunha — R$ 12,5 milhões — foi cadastrada apenas como "outros bens e direitos". O TSE restringiu a divulgação dos bens de candidatos, que agora ocorre de forma genérica.
A cassação de Cunha — e sua posterior prisão — envolveu uma acusação de possível ocultação de patrimônio. Ele perdeu o mandato por quebra de decoro, pela avaliação de que mentiu ao dizer que não possuía contas na Suíça.
Candidatura incerta
No mês passado, o desembargador Carlos Augusto Pires Brandão, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), devolveu os direitos políticos do ex-presidente da Câmara, que estava inelegível em razão da cassação. A decisão é provisória e foi baseada em um pedido de Cunha, que apontou "vícios no processo" que resultou na perda do seu mandato.
Entretanto, o Ministério Público Federal (MPF) recorreu contra a decisão, argumentando que não houve irregularidades no processo nem na investigação que detectou contas na Suíça atribuídas a Cunha e seus familiares.
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