Marina Silva e Fernando Haddad durante evento de discussão do programa de governo do petista
Divulgação - 02/08/2022
Marina Silva e Fernando Haddad durante evento de discussão do programa de governo do petista

Os partidos têm até esta sexta-feira para definir as coligações e a relação de candidatos que irão disputar as eleições em outubro. Até o final do dia, portanto, as legendas devem encontrar uma resolução para indefinições e atritos nos estados, que travam a formação de chapa para os cargos majoritários.

Nas convenções, os partidos oficializam quem irá concorrer a cadeiras na Câmara dos Deputados, no Senado Federal e nas Assembleias Legislativas estaduais e distrital, além dos nomes que entram na disputa na chapa para governador e presidente da República. No entanto, importantes colégios eleitorais enfrentam impasses na formação de chapa que mobilizam a executiva nacional dos partidos às vésperas do fim do prazo.

A manutenção da candidatura do presidente do PSB no Rio, Alessando Molon, ao Senado já levou a executiva nacional do partido a anunciar que não vai repassar verba do fundo eleitoral à campanha do deputado federal. A cúpula do PT no estado, que fechou chapa com os pessebistas, cogitou suspender o apoio ao candidato do PSB ao governo do Rio, o também deputado federal Marcelo Freixo, mas a executiva nacional adiou a decisão sobre a aliança, que será definida nesta sexta-feira. Na noite de quinta-feira, o ex-governador de São Paulo Márcio França, tesoureiro do PSB, se encontrou com Molon para discutir a candidatura ao Senado.

Enquanto ainda era pré-candidato, Freixo conseguiu costurar o apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do partido à sua candidatura ao Palácio Guanabara. Em contrapartida, abriu espaço para o presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), André Ceciliano, como postulante ao Senado na chapa. Na convenção estadual pessebista, no entanto, o nome de Molon foi oficializado e a aliança ficou com palanque duplo no Rio, o que já gerou desconforto em eventos de pré-campanha.

Escolha de vice para Haddad
Candidato ao governo de São Paulo pelo PT, Fernando Haddad ainda não definiu quem será seu ou sua vice na disputa — ele vinha afirmando que queria uma mulher para compor a chapa. Na última semana, a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva (Rede) foi convidada para ocupar o posto, mas recusou porque, segundo ela, precisa concorrer à Câmara dos Deputados para contribuir para a defesa da Amazônia. Depois, passou a fazer acenos ao PDT, na tentativa de atrair o pré-candidato pedetista ao governo paulista, Elvis Cesar.

Além de Marina, Marianne Pinotti (PSB) também foi cotada para vice de Haddad, de quem foi secretária da Pessoa com Deficiência quando o petista ficou à frente da prefeitura de São Paulo. O ex-prefeito de Campinas, Jonas Donizetti, também foi aventado para o posto, mas a aliança não vingou porque o nome não agradou o ex-governador Márcio França (PSB), que compõe a chapa com o petista.

A vice de Ciro Gomes
Sem alianças na disputa à Presidência pelo PDT, Ciro Gomes deixou a definição da candidata a vice-presidência para o último dia, mas já está certo que será uma mulher. Conforme antecipou o colunista do GLOBO Lauro Jardim, entre as principais cotadas ao posto estão a deputada estadual pelo Rio Martha Rocha; a vice-prefeita de Recife, Isabella de Roldão; a ex-reitora da USP Suely Vilela; a vice-prefeita de Salvador, Ana Paula Matos; e a deputada estadual pelo Rio Grande do Sul Juliana Brizola, neta do fundador do PDT, Leonel Brizola.

O nome da colega de chapa de Ciro deve ser anunciada nesta sexta-feira, em evento marcado para o começo da tarde. A demora em formar a chapa também foi uma estratégia do partido para atrair o apoio de PSD e União Brasil, legendas que podem dar tração à candidatura do pedetista.

Candidatura incômoda de Damares
A ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos Damares Alves (Republicanos), ferrenha apoiadora do presidente Jair Bolsonaro (PL), foi rifada pelo Palácio do Planalto e decidiu abrir mão da candidatura ao Senado, mas não desistiu de concorrer nestas eleições. No palanque do Distrito Federal, o presidente decidiu apoiar o nome da ex-ministra da Secretaria de Governo Flávia Arruda (PL) ao Senado para compor chapa com o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), que tenta a reeleição.

Na contramão dos interesses de Bolsonaro, que deseja ver Damares ocupando uma cadeira na Câmara, a ex-ministra reforçou nesta quinta-feira que não tem interesse em ser deputada e quer concorrer a senadora ou a governadora pelo DF, alegando que "a nominata já está muito boa". A executiva distrital do Republicanos vai bater o martelo sobre para qual cargo irá concorrer nesta sexta-feira, quando será realizada a convenção regional.

Zema ainda sem vice
O governador de Minas Gerais Romeu Zema (Novo) tenta a recondução ao cargo, mas enfrenta dificuldades para encontrar um candidato a vice para compor a chapa. Ele, que em 2018 apostou em uma formação "puro sangue" para disputar o governo mineiro, já convidou o jornalista Eduardo Costa (Cidadania) para o posto, mas o pedido não deve ir adiante.

Segundo afirmou em redes sociais, a aliança não deve prosperar porque o Cidadania fechou federação com o PSDB, que lançou o deputado federal Marcus Pestana na disputa pelo Palácio Tiradentes.

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