O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), respondeu nesta terça-feira a uma acusação feita pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) de que ele, enquanto presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), teria feito uma "interferência direta" para não aprovar o voto impresso. O proposta foi rejeitada por maioria de votos na Câmara dos Deputados em agosto de 2021.
Em uma rede social, o ministro do STF disse que compareceu à Câmara a convite dos parlamentares para debater o voto impresso, e que "sempre haverá maus perdedores".
"Mentir precisa voltar a ser errado de novo. Compareci à Câmara dos Deputados, como presidente do TSE, para debater o voto impresso, atendendo a TRÊS CONVITES OFICIAIS. E foi a própria Câmara que derrotou a proposta de retrocesso. Mas sempre haverá maus perdedores", escreveu Barroso.
O presidente Jair Bolsonaro voltou a atacar nesta terça-feira ministros do STF e do TSE e a questionar o sistema eleitoral brasileiro. Em entrevista à Rádio Guaíba, Bolsonaro afirmou que o ministro Barroso é um "criminoso" por ter articulado no ano passado contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que instituía o voto impresso.
“Interferência direta do Barroso dentro do Congresso Nacional para não aprovar o voto impresso. Interferência política, isso é crime previsto na Constituição. O Barroso é um criminoso.”
Em agosto de 2021 por 229 votos a favor e 218 contra e uma abstenção, o governo foi derrotado e o texto da proposta que incluía o voto impresso foi arquivado — são necessários ao menos 308 votos para alterar a Constituição.
Em comissão especial, o texto já havia sido rejeitado por ampla maioria. A rejeição da proposta pelos deputados ocorreu no mesmo dia em que o presidente da República participou de um desfile de blindados das Forças Armadas na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.
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