Edson Fachin não aceitou o pedido feito pela ala lulista do MDB
Abdias Pinheiro/SECOM/TSE
Edson Fachin não aceitou o pedido feito pela ala lulista do MDB


O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin, negou o pedido de adiamento da convenção do MDB, que oficializará a candidatura de Simone Tebet à presidência e será realizada amanhã. A ala lulista do partido havia protocolado ação pedindo o adiamento da convenção virtual alegando "grave irregularidade" relacionada ao sigilo do voto.

"Há regra expressa no edital de convocação asseverando que será garantido o sigilo do voto; a parte requerente não fez, a essa altura, demonstração suficiente em sentido contrário. Não há prova minimamente robusta de que a garantia prevista no edital não será cumprida", justificou Fachin em sua decisão liminar, publicada nesta terça-feira.

Com a decisão de Fachin, a convenção vai ocorrer de forma vitual nesta quarta-feira. O MDB decidiu fazer a convenção de forma virtual, a pretexto de cortar custos, mas também para controlar as alas dissidentes que não querem candidatura própria.

Pressão pelo adiamento vem da ala lulista

A ação pedindo o adiamento foi proposta por Hugo Wanderley Caju, que é filiado ao MDB desde 2007, e eleito delegado da convenção nacional. Ele faz parte do diretório de Alagoas, que é dominado por Renan Calheiros .

A busca pelo adiamento da convenção já havia sido sinalizada pelo senador Renan Calheiros, que defende que o encontro seja realizado no dia 5 de agosto, último dia possível, para que o partido tenha mais tempo para discutir a viabilidade da candidatura própria. Ele ainda argumenta que o presidente nacional do MDB, Baleia Rossi, não cumpriu o compromisso de realizar uma reunião entre junho e julho para reavaliar o potencial eleitoral de Tebet.

Um dos argumentos usados por Calheiros é de que uma candidatura pouco competitiva para a presidência pode afetar o potencial do partido em emplacar parlamentares na Câmara e Senado. Como o GLOBO mostrou, o encolhimento das bancadas do MDB no Congresso preocupa caciques do partido, que argumentam que a força da sigla está na quantidade de prefeitos, vereadores, deputados e senadores que consegue eleger.

Na última eleição, o partido minguou no Congresso. Na Câmara, o MDB encolheu de 65 deputados eleitos em 2014 para 34 eleitos em 2018 — neste momento, a bancada tem 37 deputados. No Senado, dos 19 parlamentares em 2015, o MDB passou a 12.

A investida da ala lulista do partido para o adiamento da convenção está em curso, mas vem sendo rechaçada por Baleia Rossi. Ele conta com apoio dos correligionários bolsonaristas para emplacar a candidatura própria.


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