O ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PTB) declarou nesta terça-feira que apoiará a reeleição do presidente Jair Bolsonaro . O ex-deputado tenta reverter a inelegibilidade para disputar novamente uma cadeira no Congresso neste ano.
Cunha tentou se filiar ao Pros e assumir o comando do partido em São Paulo, mas divergências internas travaram o plano. Ele, então, decidiu se filiar ao PTB, legenda que reúne uma série de apoiadores do presidente.
Em entrevista ao programa "Pânico", Cunha disse que votará em Bolsonaro por ele ser o candidato que vai enfrentar o PT, legenda que lançará o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na disputa pelo Palácio do Planalto.
“Independentemente de gostar ou não do Bolsonaro, sou antipetista. A questão não é gostar ou não, é o que ele representa. Eu estou enfrentando o PT, e hoje ele representa esse enfrentamento”, disse Cunha, que abriu o processo que resultou no impeachment da então presidente Dilma Rousseff.
O ex-deputado também foi questionado sobre a saída do ex-governador João Doria (PSDB) da corrida presidencial — o ex-governador de São Paulo anunciou na segunda-feira que estava deixando a disputa.
Para Cunha, Doria sofreu as consequências de escolhas políticas equivocadas que começaram quando decidiu deixar a prefeitura de São Paulo para concorrer ao governo do estado, em 2018.
“Doria não podia ter deixado a prefeitura, porque criou uma rejeição forte na capital. Depois, se elegeu (governador) às custas do Bolsonaro, mas virou oposição ferrenha ao Bolsonaro. O eleitor viu que tem interesse. Por melhor que fosse a gestão dele, na politica, perante o eleitor, ele acabou. Ficou inviável.”
Cunha foi condenado por corrupção na Lava-Jato e chegou a ficar preso preventivamente — na pandemia, passou a cumprir prisão domiciliar, e em meados do ano passado retomou a liberdade.
Em dezembro do ano passado, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) anulou uma das condenações e enviou o caso para a Justiça Eleitoral. Em um outro caso, em que já existia sentença em segunda instância, o Supremo Tribunal Federal (STF) também havia sustado a condenação e remetido os autos à Justiça Federal.
Por fim, há uma sentença em primeiro grau, da Lava-Jato do Paraná, em que ele foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Como não há decisão de segundo grau em vigor no momento, Cunha está inelegível porque teve o mandato cassado na Câmara.
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