O Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) aprovou, por unanimidade, moção de apoio às urnas eletrônicas. A decisão ocorreu durante reunião na tarde de quarta-feira. O Promotor de Justiça e Presidente do Instituto Não Aceito Corrupção, Roberto Livianu, propôs ainda moção de apoio à Procuradoria Eleitoral, aos Ministérios Públicos Eleitorais nos estados, à Justiça Eleitoral e ao TSE, que, de acordo com ele, tem tido "a integridade atestada inclusive por observadores internacionais".
"Em 5 meses teremos eleições gerais e em diversas ocasiões tem sido colocado em descrédito o sistema eleitoral brasileiro, chegando-se ao ponto de cogitar a ideia de apuração paralela de eleições pelas Forças Armadas, ao arrepio da Constituição Federal", disse o promotor.
Livianu defendeu ainda que a vontade da população deve ser respeitada acima de tudo e que os discursos antidemocráticos devem ser repudiados. A moção foi aprovada por todos os 38 presentes.
A ameaça de Bolsonaro
Um dia após a aprovação da monção pelo MPSP, o presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou o sistema eleitoral brasileiro e disse que o presidente do seu partido, Valdemar Costa Neto, irá contratar uma empresa externa para auditar as urnas eletrônicas antes das eleições deste ano, processo que já é feito com transparência pelo TSE.
"Adianto para o TSE: essa auditoria não vai ser feita após as eleições. Uma vez contratada, a empresa já começa a trabalhar e vai pedir ao TSE, com toda a certeza, uma quantidade grande de informações", disse Bolsonaro em sua live semanal.
Também nesta quinta-feira, o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, enviou um ofício ao presidente TSE, ministro Edson Fachin, solicitando que sejam divulgadas as “propostas de aperfeiçoamento e segurança do processo eleitoral” feitas pelas Forças Armadas.
Integrantes do governo revelaram que a sugestão de uma sala para militares fazerem a contabilidade de votos consta neste documento que o ministro Paulo Sérgio pede que seja divulgado pela Corte Eleitoral.