Romário de Souza Faria, senador e a ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro, Rogéria Bolsonaro
Reprodução/O Globo - 05.05.2022
Romário de Souza Faria, senador e a ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro, Rogéria Bolsonaro

Para frear as contestações da militância bolsonarista à candidatura do senador Romário, o PL estuda a escalação da ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro, Rogéria Bolsonaro , como sua primeira suplente na campanha ao Senado pelo Rio. Mãe de Flávio, Carlos e Eduardo Bolsonaro, Rogéria seria uma espécie de “chancela” da família ao nome do ex-jogador de futebol. O parlamentar enfrenta resistências entre os eleitores da direita, que defendem nomes como o do deputado federal Daniel Silveira (PTB) e do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello para senador.

Principal entusiasta da ideia, o também senador Flávio Bolsonaro acredita que a construção de uma campanha com uma pegada que explore a dobradinha “Romário e família Bolsonaro” apaziguaria os militantes e teria o poder de constranger os correligionários que têm preferido se alinhar ao deputado estadual André Ceciliano (PT), que também tenta o Senado.

O governador Cláudio Castro (PL), que é candidato à reeleição, por exemplo, tem evitado externar o apoio ao ex-jogador enquanto se mostra alinhado a Ceciliano, que é presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Nos bastidores do PL, há um recado que lideranças fazem chegar aos deputados: quem se alinhar a Ceciliano em detrimento de Romário enfrentará dificuldade para receber verba do fundo partidário.

Romário conta com a garantia do presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto, de que será o nome da legenda no estado para o Senado. Em março, ele rejeitou um convite do União Brasil e preferiu se manter no partido de Bolsonaro sob a promessa de que poderia tentar a reeleição.

Sem afinidade

Para parte do eleitorado alinhado com o presidente da República, o senador Romário não representaria os valores da família Bolsonaro, em especial no que diz respeito à defesa das pautas de comportamento.

Um dos principais nomes defendidos por militantes da direita para ser encampado como candidato bolsonarista ao Senado é o deputado Daniel Silveira (PTB). O parlamentar foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) à perda dos seus direitos políticos por ter cometido atos antidemocráticos e feito ataques a ministros da Corte. Por este motivo, o nome dele é descartado no partido. Pazuello, por sua vez, vai ser candidato à Câmara dos Deputados pelo PL.

Procurados, o senador Romário e Rogéria Bolsonaro não quiseram comentar a possível dobradinha.

Romário é ignorado

No último sábado, André Ceciliano lançou a sua pré-candidatura ao Senado cercado por aliados do governador Cláudio Castro. Líderes do União Brasil, como o deputado Márcio Canella e o prefeito de Belford Roxo, Waguinho, fizeram questão de comparecer. Ex-secretários de Castro, como Max Lemos (PROS) e Thiago Pampolha (União), também marcaram presença. Líder do governo na Alerj, Márcio Pacheco (PSC) não poupou elogios ao petista, enquanto o deputado Valdecy da Saúde (PL) levou caravanas para o evento de Ceciliano, a despeito da pré-candidatura de Romário.

Relações com Ceciliano

Todos os citados fazem parte do arco de alianças que tenta reeleger Castro e que, por isso, se opõem a Marcelo Freixo (PSB), que faz parte da mesma chapa que André Ceciliano. Líder do diretório fluminense do PL, o deputado federal Altineu Côrtes diz que a sigla não pretende mudar os planos e que o ex-jogador será apoiado por Bolsonaro.

"Esse debate sequer existe dentro do partido. O candidato do PL, de Bolsonaro, chama-se Romário. E isso não mudará. Quanto à aproximação de políticos do PL ao Ceciliano, acho que é algo normal, já que muitos deputados mantêm relações republicanas com o presidente da Alerj. Na hora de pedir votos, asseguro que todos estarão com o Baixinho" afirma Côrtes.

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