Após uma semana marcada pelo clima de tensão com o Supremo Tribunal Federal, o presidente Jair Bolsonaro participou brevemente de manifestação na manhã deste domingo que tem entre seus motes ataques contra a Corte e defesa do governo federal. Cercado por seguranças, o presidente circulou no local onde os manifestantes se reúnem, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, mas não discursou.
A passagem durou menos de dez minutos e o trajeto foi transmitido por seu perfil nas redes sociais.
O grupo de manifestantes se concentra no gramado em frente ao Itamaraty e o Ministério da Justiça, no lado oposto, e não chega a preencher todo o gramado.
"Vim cumprimentar o pessoal que está aqui na manifestação pacífica em defesa da Constituição, democracia e da liberdade. Então, parabéns a todos em Brasília, bem como todo o Brasil que hoje estarão nas ruas. Tamo junto. Brasil é nosso. Deus, pátria, família", disse Bolsonaro, no final da gravação.
Entre os participantes é possível ver faixas contrárias ao Supremo, incluindo pedidos de destituição de ministros e cobranças ao Senado, responsável por analisar pedidos de impeachment contra os integrantes da Corte.
"Sim à liberdade, não à ditadura", dizia uma das faixas. "STF sim, mas esses ministros não", afirmava outra. Em um dos carros de som, os dizeres: "Criminalização do comunismo. Destituição dos ministros".
As manifestações no país ocorrem após a condenação do deputado Daniel SIlveira (PTB-RJ), por ameaças de violência contra ministros do Supremo e ataques às instituições democráticas. Numa afronta à Corte, Bolsonaro concedeu indulto individual (graça) ao parlamentar no dia seguinte ao julgamento.
Outros bolsonaristas participam do ato em Brasília. Nas redes sociais, a deputada Bia Kicis (PL-DF) afirmou que a manifestação também é um ato em apoio ao indulto concedido pelo presidente a Silveira , condenado pelo STF.
"Hoje é dia de irmos para a rua apoiar o nosso presidente Bolsonaro, seu decreto de indulto, de apoiar a liberdade que não é do Daniel Silveira só. É de todos nós", disse Kicis.
No evento, a deputada afirmou que Silveira é um "símbolo" do que ela chamou de luta pela liberdade.
Ministros de Estado também estão presentes, entre eles o chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência, Augusto Heleno. Heleno discursou no ato e afirmou que não é um dia de "revanche".
"Hoje não é um dia de revanche, não é um dia de malcriação, não é um dia de expressar raiva. É Dia do Trabalhador".
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