O ex-presidente e pré-candidato à presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), chamou o presidente Jair Bolsonaro (PL) de 'Zé Ninguém' e 'mentiroso', em evento com mulheres na periferia de São Paulo (SP), neste sábado (30). Segundo Lula, Bolsonaro não gosta de gente e não conhece a palavra solidariedade.
Lula ainda fez críticas sobre a fome no Brasil. Para o petista, o país não deveria apresentar índices negativos, já que está entre os maiores produtores de alimentos no mundo.
"Somos o terceiro maior produtor de alimentos do mundo. Não tem explicação ter gente passando fome no Brasil", afirmou Lula.
"Zé Ninguém que só sabe contar mentiras", concluiu, ao criticar falas de Bolsonaro.
O pré-candidato do PT também comentou o indulto dado por Bolsonaro ao deputado federal Daniel Silveira, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a oito anos e nove meses de prisão por ataques à Corte. Lula afirmou que o adversário não tem sentimentos e criticou o perdão de pena dado a um aliado.
"Ao invés de visitar uma cadeia e dar indulto a quem merece indulto, ele dá para um amigo seu que tinha cometido a barbaridade de ofender a Suprema Corte. Na verdade, esse homem não tem sentimento nenhum", afirmou.
O petista ressaltou que Bolsonaro conhece apenas o ódio e cultiva atos antidemocráticos contra o STF.
"Ele só conhece o ódio. Ódio contra a mulher, contra o negro, contra o PT, contra o LGBT, contra o quilombola e, agora, contra a Suprema Corte", disse Lula.
Bolsonaro inflama protestos a favor de Daniel Silveira
Em evento agropecuário na cidade de Uberaba (MG), o presidente Jair Bolsonaro chamou seus apoiadores para as manifestações a favor de Silveira. Os eventos estão marcados para este domingo (1º) em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.
"[Aqueles] que, porventura, irão às ruas amanhã, não para protestar, mas para dizer que o Brasil está no caminho certo. Que o Brasil quer que todos joguem dentro das quatro linhas da Constituição. E dizer que não abrimos mão da nossa liberdade."
E completou: "Amanhã não será dia de protestos. Será dia de união do nosso povo para um futuro cada vez melhor para todos nós."
Embora aliados tenham aconselhado a não participar das manifestações, Bolsonaro estuda ir ao encontro na capital federal. Para as manifestações na Avenida Paulista, o presidente deverá enviar um vídeo.
A preocupação de aliados e membros do Congresso Nacional e STF é que Bolsonaro aproveite os protestos para fazer declarações radicais, como os proferidos nos atos de 7 de setembro do ano passado. Na época, o presidente fez críticas à Corte e ameaçou agir fora das quatro linhas da Constituição Federal.
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