O deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP) e o diretório municipal do PT em São Paulo ajuizaram ação na Justiça Eleitoral solicitando o cancelamento da transferência de domicílio eleitoral do ex-juiz Sergio Moro (União Brasil) para São Paulo.
No pedido, o petista argumenta que o ex-ministro do governo Jair Bolsonaro (PL) não possui vínculo profissional na capital paulista e ainda teria apresentado o endereço de um hotel para comprovar vínculo residencial.
A peça, protocolada na última quinta-feira, sustenta que Moro foi indicado a vice-presidente de um órgão de direção partidária do estado do Paraná dois meses antes de requerer a transferência para São Paulo.
A ação também lembra que a defesa do ex-juiz disse à imprensa, por meio de nota, que São Paulo era o "hub" de Moro.
— Como estratégia, entramos com a ação no momento correto, no último minuto do prazo, e não é só com a ação, mas solicitando um conjunto de investigações que reforçam que São Paulo não é o domicílio do caixeiro viajante Moro — afirmou Padilha.
Como antecipou reportagem do GLOBO no último dia 13, a Procuradoria Regional Eleitoral de São Paulo (PRE-SP) encaminhou ao Ministério Público Eleitoral do estado uma notícia-crime contra o ex-juiz e sua mulher, Rosângela Moro, por suposta prática de crime eleitoral na transferência de seus domicílios eleitorais para São Paulo.
Desde março, Moro passou a morar com sua mulher em um flat na Zona Sul, endereço que incluiu no cadastro junto à Justiça Eleitoral e onde diz ter um contrato de locação.
Assim como a denúncia de Padilha e do diretório do PT, a ação da empresária Roberta Luchsinger acusa Moro e Rosângela de mudarem o domicílio sem ter “qualquer vínculo” com São Paulo. Os dois se filiaram recentemente ao União Brasil e cogitam ser candidatos à Câmara dos Deputados ou ao Senado Federal pelo estado.
Hoje, para fazer a troca de domicílio, a legislação exige residência de ao menos três meses no novo local. Porém, uma jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) estabelece que o domicílio eleitoral também ocorre pela constituição de “vínculos políticos, econômicos, sociais ou familiares”.
Procurada, a defesa de Moro ainda não respondeu.
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