O presidente do Solidariedade (SD), deputado Paulinho da Força (SP), questionou neste sábado o propósito da aliança do seu partido com o PT nas eleições deste ano. O parlamentar negocia uma aliança para reforçar a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas está incomodado com a postura de aliados do petista.
O dirigente também tratou como uma “brincadeira” a troca de áudios em que o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, faz um convite para que ele integre o grupo de apoio à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL).
"Primeiro, eu quero saber o que o PT pensa dessa aliança. Se é uma aliança só com parte da esquerda, ou se é uma aliança ampla, que envolva aqueles que estão descontentes com o governo Bolsonaro e que trabalham para tirar o Bolsonaro em 2022. Se for uma aliança ampla, que envolva os brasileiros que estão descontentes, que acreditam que é possível o Brasil crescer, desenvolver, voltar a ter empregos, pode contar conosco. Nós estamos dentro", disse Paulinho da Força ao jornal O Globo .
No áudio, divulgado pelo site "Antagonista", Ciro Nogueira diz para Paulinho que é melhor tratar com ele do que com a presidente do PT, Gleisi Hoffmann. Paulinho, em outro áudio , reclama das vaias dos militantes e diz a Ciro que está “começando a pensar em aderir a esse seu blocão.”
"Foi uma brincadeira. Ele (Ciro Nogueira) me mandou um áudio brincando e eu respondi brincando também. Como acabaram vazando os áudios, deu essa repercussão – disse o parlamentar. – Minha relação com Ciro Nogueira é uma relação de amizade que vem de muito tempo. É o meu amigo,independentemente de governo. Somos amigos pessoais. Ele tem um tratamento especial comigo, e eu com ele", acrescentou.
Após ser vaiado em evento petista, Paulinho ligou para Gleisi Hoffmann na manhã de sexta-feira para reclamar.
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"Eu tinha combinado com a Gleisi e com o Lula de fazer no dia 3 (de maio) uma reunião da executiva nacional do Solidariedade para definir o apoio ao presidente Lula. Isso seria antes do dia 7, que vai ser lançamento da candidatura dele. Aí, o que eu fiz (após as vaias) foi ligar ontem para a Gleisi e dizer que eu tinha suspendido essa reunião do dia 3 e que eu estava disposto a apoiar o Lula, mas com outras condições. Ou seja: Não retiramos apoio a Lula, simplesmente suspendemos o evento de apoio que ia ter", explicou.
Na tarde deste sábado, Gleisi foi às redes sociais reforçar o interesse do partido em uma aliança com o Solidariedade.
"O Solidariedade e o companheiro Paulinho da Força são muito importantes na nossa frente pela democracia e pela reconstrução do Brasil. O adversário dos trabalhadores(as) é Bolsonaro, é Paulo Guedes e sua política neoliberal que destrói o país. A hora é de unidade pelo Brasil", escreveu a presidente do PT, no Twitter.
Gleisi também fez questão de ligar para Paulinho e convidá-lo para uma conversa.
"E ela me ligou hoje (sábado) perguntando como é que estava, se dava para a gente conversar entre segunda e terça, e eu disse que estaria em São Paulo e que estou disposto a conversar. Mas dentro disso: discutir uma aliança ampla daqueles que estão descontentes com o governo Bolsonaro e querem um outro governo", disse.