Após o ex-governador Eduardo Leite (PSDB-RS) sugerir a possibilidade de ser vice numa chapa ao Palácio do Planalto com Simone Tebet (MDB-MT) , a senadora retribuiu o afago e deve receber o gaúcho para uma reunião nesta quarta-feira em seu gabinete em Brasília.
Em entrevista a rádio Eldorado, a senadora disse que vê Leite como um "grande ativo do PSDB", ainda que tenha sido derrotado nas prévias presidenciais. Na semana passada, Tebet havia dito que o governador João Doria, que venceu a disputa, era o candidato legítimo tucano. Nos últimos dias, porém, ela sinalizou uma mudança de tom e afirmou ter recebido com carinho o aceno de Leite de ser vice.
Segundo interlocutores, a senadora avalia que Leite é um bom vice porque tem baixa rejeição, enquanto a alta reprovação é o maior problema de Doria para decolar nas pesquisas de intenção de voto.
A aproximação entre Tebet e Leite ocorre no mesmo dia em que presidentes de partidos como PSDB, União Brasil, Cidadania e MDB, que articulam a chamada “terceira via”, devem oficializar uma aliança para que lancem uma candidatura única.
Tebet tem deixado claro que pretende ser a cabeça de chapa e disse que considera que pode liderar o campo do centro.
— Hoje está claro que o partido (MDB) não só se posiciona com uma pré-candidata. Temos todas as condições de liderar como cabeça de chapa — disse Tebet.
A declaração, no entanto, não foi bem vista pelo entorno de Leite. Aliados do gaúcho consideram que ainda é cedo para definir quem será o cabeça de chapa e defendem que o critério de escolha seja definido mais à frente com base em critério de pesquisa de intenção de votos.
Aliados de Doria minimizam aproximação
Enquanto Tebet e Leite estreitam laços e fazem acenos mútuos, o ex-governador João Doria também está em Brasília para intensificar as articulações políticas de sua pré-candidatura à presidência da República. Aliados minimizam a aproximação da senadora com o gaúcho e sustentam que Doria é próximo do presidente do MDB, Baleia Rossi, que tem se empenhado pela pré-candidatura da senadora. Lembram ainda que o paulista sempre quis ter uma mulher como vice. Doria.
Embora haja muita simpatia pela pré-candidata, os tucanos próximos ao paulista entendem que o MDB não apoia a senadora para valer. Em janeiro, o próprio presidente do PSDB e coordenador da pré-campanha de Doria, Bruno Araújo, disse ao GLOBO que a senadora estava longe de ser "unanimidade dentro do MDB". A ida de Doria a capital federal ocorre quase uma semana após o paulista quase implodir a candidatura do PSDB ao governo paulista e desistir da presidência em troca de um gesto da direção nacional.