Prints de falas racistas de Claudião Oklahoma
Arquivo pessoal
Prints de falas racistas de Claudião Oklahoma

Após as ofensas racistas do vereador Cláudio Santos , mais conhecido como Claudião Oklahoma (PSL), de Tatuí (SP) serem divulgadas na tarde de ontem (29), o iG entrou em contato com a vítima, Maria Bastos*, que foi chamada pelo vereador de "Paquita negra", "carvão queimado", "chita" e "neguinha", segundo prints. 

Maria Bastos, mulher negra a quem Claudio se refere é esposa de um administrador da página "Somos por Tatuí", segundo Claudio. A página critica Oklahoma no Facebook e também divulgou os prints das falas racistas do político e a petição para a cassação do vereador.

O parlamentar disse ao iG que as acusações e as imagens dos comentários racistas foram forjadas pelo administrador desta página com quem ele tem uma rixa, que também seria o esposo de Maria.

No entanto, a mulher afirma que o marido, que não quis se identificar, não é o administrador desta página e que ela desconhece quem estaria por trás das publicações.

"O que o meu marido tem com o vereador não é uma rixa política, até porque o Claudio é político e o meu marido não. É uma rixa de não concordo com o seu posicionamento, normal".

A reportagem ainda teve acesso a uma conversa em áudio da vítima com o vereador que ocorreu na semana passada. Claudio procura Maria no local de trabalho e pede para que ela faça com que o marido dela apague as publicações que criticam o vereador. Maria, por sua vez, diz que não sabe do que ele está falando e que não tem relação com o assunto. 

"Ele (Claudio) esteve no meu local de trabalho duas vezes pra falar de um assunto o qual eu não tinha nenhuma relação e querendo o endereço da minha residência. Logo em seguida eu fiquei sabendo que tava rolando umas ofensas ao meu respeito num grupo de Whatsapp".

Maria soube dos prints através de um colega. Ela ainda afirma que não conhecia o Claudio antes do episódio, que não fazia parte do grupo do aplicativo de mensagens e não tem nenhum envolvimento político.

"Quando isso veio à tona, quando soube dessas ofensas ao meu respeito num grupo de quase 70, 80 pessoas, eu fiz boletim de ocorrência em todas as esferas e fui atrás de um advogado para investigar tudo isso", conta Bastos.

Nos prints, o vereador faz xingamentos ao filho de 9 meses de Maria. Ele diz: "O filho é tão feio que acho que criaram a placenta e jogaram o feto fora".

"O foco disso tudo não tá nessa rixa, mas sim nos prints de cunho racista que foram espalhados, envolvendo terceiros no meio da conversa, incluindo um bebê que só tem nove meses", desabafa a vítima.

Segundo Maria, um advogado já está investigando o caso e se houve também alguma ameaça por parte do vereador após o vazamento dos prints.

"Ele diz que é montagem, que é fake news, mas as investigações vão trazer a verdade, a verdade vai vir à tona. Quero que a justiça seja feita", finaliza Bastos.

Na tarde desta quarta-feira (30), o vereador do PSL realizou uma transmissão ao vivo nas redes sociais negando as acusações. Ele ainda afirmou ser a vítima da situação.

"Estou aqui para esclarecer as fake news, nunca tive problema com ninguém, eu sou a vítima disso daqui. Quem me conhece sabe", disse o político durante a live.


*Maria Bastos é um codinome para a vítima que preferiu ter sua identidade preservada. 

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** Leticia Martins é estudante de jornalismo na Faculdade Cásper Líbero. É estagiária de Último Segundo, com foco em Hard News. Tem experiência em assessoria de imprensa, é fascinada em política e causas sociais. Certificada em missões urbanas, trabalha como voluntária em ONG´s que auxiliam refugiados no Brasil.

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