O pastor Gilmar Santos, acusado de cobrar propinas para influenciar os repasses do Ministério da Educação para prefeituras, negou que tivesse qualquer poder sobre a agenda ou as verbas da pasta. Em nota oficial publicada em suas redes sociais, Gilmar chamou de falácias as acusações de que teria recebido vantagens indevidas ou que tenha qualquer poder sobre o ministro Milton Ribeiro.
Nesta quarta-feira, o GLOBO revelou que mais dois prefeitos acusaram Gilmar Santos e outro pastor, Arilton Moura, de terem cobrado propinas para atuar junto ao MEC.
— Nego, peremptoriamente, a falácia de que pedi, recebi, mandei, pedi, ou, de alguma forma, contribuí, para o recebimento de propina, ou qualquer outro ato de corrupção junto ao Ministério da Educação, bem como ao atual ministro titular da referida pasta — afirmou Gilmar Santos.
No comunicado, Gilmar destacou que atua como sacerdote da Assembleia de Deus Ministério Cristo para Todos há 21 anos, sendo fundador da igreja.
— Em todos esses anos tenho procurado, na toada do meu ofício, construir uma reputação ilibada, servindo a Deus, fielmente, defendendo os valores da família, e desenvolvendo um comportamento ético cristão — afirmou.
Gilmar Santos se reuniu em diversas ocasiões com o ministro da Educação, Milton Ribeiro. Além disso, desde 2019, frequentou o Palácio do Planalto e outros ministérios. Desde o início do mandato, de acordo com levantamento do GLOBO, Gilmar esteve com o presidente Jair Bolsonaro em quatro ocasiões, incluindo em uma audiência a sós.
Em áudio revelado pelo jornal "Folha de S.Paulo", o ministro Milton Ribeiro afirmou que sua relação com o pastor ocorria em razão de um pedido do presidente.
Na nota publicada em suas redes, Gilmar afirmou que não fez nenhum pedido a Bolsonaro.
— Não tenho nenhum poder sobre os órgãos técnicos do Ministério da Educação, e muito menos sobre o titular dessa pasta. Também gostaria de externar que nenhum pedido fora feito ao Excelentíssimo Senhor Presidente da República, bem como a nenhuma autoridade de outra pasta do atual governo, e, nesse diapasão, afirmo também, não quedei-me do meu ofício ministerial profético de orar pelas autoridades deste país quando tive oportunidade — afirmou.
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