O presidente do União Brasil, Luciano Bivar, articula com dirigentes de MDB, PSDB e Podemos uma eleição interna para escolher um candidato único ao Palácio do Planalto. O nome representaria uma alternativa às postulações de Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) , no momento líderes isolados em pesquisas. Em conversas preliminares, a ideia seria bater o martelo sobre o nome até junho.
Até agora, entre os partidos envolvidos, a senadora Simone Tebet (MDB), o ex-ministro e ex-juiz Sergio Moro (Podemos) e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), foram lançados como pré-candidatos.
A proposta na mesa, de autoria do líder do União Brasil na Câmara dos Deputados, Elmar Nascimento (BA), seria a formação de uma espécie de colégio eleitoral.
Até meados do ano, cada uma dessas legendas inscreveria um postulante à Presidência da República. A partir daí, a escolha seria feito pelo voto de candidatos a deputado, senador e governador em cada estado.
"Estou sintonizado com Bivar. Vamos encontrar um critério com o MDB para chegar a uma candidatura de unidade. Bivar tem boas ideias. Estamos conversando", disse ao GLOBO o presidente do PSDB, Bruno Araújo.
Mesmo após as prévias, os tucanos estão divididos. Parte da cúpula resiste ao nome de Doria por entender que o governador é incapaz de agregar e conquistar alianças no plano nacional. Além disso, veem com preocupação a alta rejeição de sua pré-candidatura.
Bivar, que já conversou com dirigentes das legendas, diz que a forma para a escolha do postulante ainda precisa ser debatida com mais profundidade.
"Estamos discutindo o critério. Todos concordam em ter uma candidatura única. Mas ainda está em debate como vamos fazer a escolha", disse o presidente do União Brasil.
Presidente do MDB, o deputado Baleia Rossi (SP) sinalizou que a ideia ainda é embrionária.
"É uma boa ideia. Mas ainda não amadureceu. Estamos conversando sim e vamos continuar conversando sobre unificar em julho as candidaturas do centro. Até lá cada partido vai buscar o fortalecimento dos seus candidatos. Nós acreditamos que a Simone pode liderar esse movimento", diz o presidente do MDB, Baleia Rossi (SP).
Presidente do Podemos, a deputada Renata Abreu não retornou. Segundo interlocutores de Sergio Moro, há resistência por parte do pré-candidato em relação ao critério proposto pelo União Brasil. Segundo eles, Moro teria sinalizado que a melhor forma de fechar a aliança seria levar em conta as pesquisas eleitorais.
Dirigentes entendem que essa sugestão iria favorecer a candidatura de Moro. Até o momento, o ex-juiz está na frente dos demais. Moro também evitaria uma disputa interna. O nome do Podemos não é popular entre caciques dos partidos.
Outro partido que cogita a possibilidade de lançar um nome na chamada terceira via, o PSD, é considerado fora do jogo e dessas conversas. O presidente da legenda, Gilberto Kassab, flerta com Lula e com Eduardo Leite, derrotado nas prévias dos tucanos, fato inadmissível para o PSDB.
Entre os defensores da aliança proposta pelo União Brasil, há o argumento de que a estrutura das legendas pode catapultar o escolhido ao segundo turno. Serão cerca de R$ 2 bilhões do fundo eleitoral para fazer campanha. Além disso, há a capilaridade de deputados e vereadores, que poderiam ajudar na campanha do candidato.