
Um dos aspectos menos observados na invasão russa à Ucrânia é como ela vai afetar o padrão de vida dos brasileiros e demais habitantes do Ocidente. O preço do petróleo subiu mais de 2% em um único dia, de modo que o barril furou a barreira dos 100 dólares e atingiu a maior cotação desde 2014.
Evidentemente, a Rússia vem se preparando há um bom tempo para os custos das sanções que deverá vir a sofrer e já as precificou para iniciar a invasão. Aliás, é comum que autoridades russas digam que sanções não são novidade e que o país sempre sofreu com “castigos” do Ocidente.
Contudo, a diferença aqui está no fato de que a Rússia é forte exportadora de petróleo e de gás natural, cujos aumentos deverão compensar, ainda que parcialmente, as agruras das sanções.
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Por outro lado, é de se perguntar se Emmanuel Macron resiste eleitoralmente ao aumento do preço que o francês pagará para se aquecer no resto do inverno, já que ele enfrenta eleições este ano. Da mesma forma, o partido Democrata irá resistir nos midterms ao aumento do preço da gasolina, que já atingiu máxima histórica nas bombas americanas?
Enquanto Biden, Macron e cia jogam damas, Putin joga xadrez.
* Emanuel Pessoa é advogado especializado em Direito Econômico Internacional. É Mestre em Direito pela Harvard Law School, Doutor em Direito Econômico pela Universidade de São Paulo, Bacharel e Mestre em Direito pela Universidade Federal do Ceará.
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