Procurador-geral da República, Augusto Aras
Pedro França/ Agência Senado
Procurador-geral da República, Augusto Aras

Nesta sexta-feira (18), a Procuradoria-Geral da República afirmou que o envio do documento em que o Senado detalha os crimes que os investigados pela CPI da Covid teriam cometido em relação à pandemia comprova as críticas feitas pelo procurador Augusto Aras sobre o envio do primeiro material.

"O material inicialmente enviado à PGR não atendia aos requisitos legais o que, poderia prejudicar o exercício da ampla defesa e do contraditório", disse a procuradoria.

O texto, protocolado nessa quinta-feira (17) em nome dos senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Renan Calheiros (MDB-AL) e Omar Aziz (PSD-AM), foi uma tentativa do colegiado de fazer a PGR pressionar Aras a dar continuidade no processo de indiciamento das pessoas citadas pela cúpula no material .

Em nota pública, a Corte disse que o grupo liderado por Aras havia informado os senadores mais de uma vez sobre os riscos de se apresentar um documento extenso e sem a devida correlação entre cada fato praticado e os documentos pertinentes.

A PGR se manifestou sobre a situação após o senador Renan Calheiros, que foi relator da CPI, apontar possível morosidade por parte de Aras.

"Na sua estratégia de comprar tempo, a PGR pediu para a CPI da Covid individualizar provas, como se centenas delas já não fossem suficientes. Nesse ritmo, só falta a PGR pedir a exumação de 640 mil vítimas do descaso de Bolsonaro", disse Renan ontem.

No início da semana, o procurador afirmou que a direção da Comissão havia enviado um relatório "desorganizado" à PGR, com cerca de 1.200 páginas. "A CPI dizia entregar as provas que estariam vinculadas aos fatos de autoria daquelas pessoas indiciadas. Ocorre que não houve a entrega dessas provas", disse ele. "A PGR recebeu um HD com 10 terabytes de informações desconexas e desorganizadas."

Os parlamentares, porém, acreditam que a demora para avaliar o material é uma manobra de Aras para sabotar a continuação da investigação .

"Nas demais instâncias do Ministério Público, como nos órgãos da Procuradoria da República do Distrito Federal, as providências que se esperam no que concerne o relatório final da CPI têm sido adotadas sem os questionamentos suscitados pela PGR", afirmaram os congressistas.

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