Senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP)
Jefferson Rudy/Agência Senado
Senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP)

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) disse ver possiblidade para pedir o impeachment do procurador-geral da República, Augusto Aras, caso os pedidos de indiciamento feitos pela CPI da Covid no Senado não sejam levados adiante. O parlamentar, que foi vice-presidente da comissão, disse que já tem um documento pronto para pedir o afastamento do procurador-geral, mas vai esperar até o fim do Carnaval para uma ação da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Na última semana, o parlamentar se reuniu com demais senadores da comissão e com representantes de Aras, entre eles o vice-procurador-geral, Humberto Jacques. Na reunião, foi acordado que a comissão vai entregar, até sexta-feira, um extenso material que indica qual prova se refere a qual crime cometido e a quem o cometeu. No relatório final da CPI, que investigou a resposta do governo federal à pandemia, o colegiado pediu o indiciamento do presidente Jair Bolsonaro (PL) e de mais 65 pessoas — entre eles os filhos do mandatário e o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello.

— Vocês perceberam que não só está cogitado [o impeachment de Aras), mas é uma possibilidade que está no radar do Observatório da Pandemia, que é o herdeiro da CPI da Pandemia. Isso não é dito apenas por mim, isso é dito pelos demais colegas, os 17 membros do Observatório — disse Randolfe, que completou: — Mas esperemos o limite razoável. Nos entregaremos o que nos foi pedido até sexta-feira. Como já esperamos muito, acho que é razoável aguardar até depois do Carnaval para ter.

Pela Constituição, é o Senado quem aprova a abertura do impeachment do procurador-geral da República, assim como o de ministros do Supremo Tribunal Federal. Randolfe acredita que, caso peça o impedimento de Aras, conseguirá ao menos dez assinaturas de outros senadores para endossar o pedido.

A declaração do senador foi dada após a inauguração do memorial em homenagem às vítimas da Covid-19, no Senado. O monumento também foi uma proposta da CPI. Na cerimônia, estiveram presentes, além de Randolfe, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e os senadores Renan Calheiros (MDB-AL), Humberto Costa (PT-PE), Rogério Carvalho (PT-SE), Fabiano Contarato (PT-ES), Simone Tebet (MDB-MS), Alessandro Vieira (Cidadania-SE), Daniella Ribeiro (PP-PB), Nelsinho Trad (PSD-MS), Carlos Portinho (PL-RJ) e Jean Paul Prates (PT-RN).

No início do mês, Randolfe já havia dito que estava recolhendo as assinaturas para pedir o impeachemnt de Aras. Na ocasião, escreveu no Twitter que o procurador-geral deveria agir como chefe do Ministério Público Federal, e não mais “serviçal de Bolsonaro”.

“Senhor Augusto Aras, se digne a assumir a chefia do Ministério Público Federal, e não mais a função de serviçal de Bolsonaro. Aras passou de todos os limites! Nesta semana, começarei a coleta de assinaturas para pedir o impeachment e o afastamento do PGR que não exerce suas funções!”, escreveu.

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