Nesta quinta-feira (17), o presidente Jair Bolsonaro (PL) se encontrou com o primeiro-ministro e líder nacionalista de extrema-direita, Viktor Orbán , em Budapeste, na Hungria. O premiê é considerado um dos principais expoentes da ultradireita na Europa e visto como uma inspiração ao conservadorismo no mundo.
O encontro do presidente brasileiro com o líder ultraconservador
ocorre seis semanas antes das eleições locais, que podem dar o quarto mandato consecutivo a Orbán, que chegou ao poder em 2010.
O premiê compareceu à posse de Bolsonaro em 2019 e já recebeu visita oficial do deputado federal Eduardo Bolsonaro quando o parlamentar chefiava a Comissão de Relações Exteriores da Câmara.
Orbán promove uma escalada autoritária no país desde que assumiu o poder, com enfrentamentos ao sistema judiciário, perseguições à oposição e a minorias, além do cerceamento à liberdade de imprensa.
Hoje, em declaração a jornalistas, Orbán reforçou críticas ao pacto de imigração proposto pela Comissão Europeia. "Sobre os valores cristãos, gostaríamos muito de preservar nossas raízes, e a imigração não colabora muito para essa questão", disse ele ao lado de Bolsonaro.
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Em nota à imprensa, o governo federal disse ter "afinidade de visões de mundo" com a Hungria. "A aproximação com a Hungria, país com o qual o Brasil mantém afinidade de visões de mundo, tem propiciado convergências na relação bilateral e em posicionamentos no plano internacional, com base em valores comuns e na cooperação em diversas áreas", diz o texto.
Bolsonaro se reuniu com Orbán após o mandatário visitar o presidente da Rússia, Vladimir Putin, com quem conversou para tratar, majoritariamente, sobre a importação de fertilizantes ao Brasil .
Apesar de ter sido criticado por se reunir com o chefe de Estado russo em meio à concentração de tropas de Moscou na fronteira ucraniana , após o encontro, Bolsonaro afirmou que há "mais que um casamento perfeito" entre os dois países.