O presidente Jair Bolsonaro (PL) recebe nesta segunda (07) no Palácio do Planalto os ministros Edson Fachin e Alexandre de Moraes, que fazem parte do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do Supremo Tribunal Federal (STF). Moraes tem sido um dos principais alvos de críticas de Bolsonaro ao longo do seu mandato, em razão de decisões tomadas pelo ministro em inquéritos que investigam o presidente e seus apoiadores.
Fachin e Moraes vão ao Planalto entregar o convite para participar da cerimônia, a ser realizada este mês, em que e eles vão tomar posse respectivamente como presidente e vice-presidente do TSE. O encontro está programado para as 11h30.
Em discurso no Sete de Setembro do ano passado, Bolsonaro chamou Moraes de "canalha", afirmou que ele deveria "pegar o chapéu" e deixar o STF e disse que não mais cumpriria decisões do ministro. Depois da repercussão do caso, ele ensaiou um recuo, com a intermediação do ex-presidente Michel Temer. Foi Temer quem indicou Moraes para o STF.
Meses depois, Bolsonaro deixou de cumprir uma ordem judicial de Moraes ao não prestar depoimento na Polícia Federal marcado para ocorrer em 28 de janeiro de 2022.
Nesse caso, ele era investigado por divulgar informações sigilosas de um inquérito que apurava um ataque hacker ao TSE. O objetivo foi atacar a credibilidade do sistema de votação eletrônico, embora não houvesse relação do ataque com o funcionamento das urnas. Em 2 de fevereiro, a PF entregou seu relatório à PF concluindo que Bolsonaro cometeu crime nesse caso.
O presidente terá uma agenda cheia nesta segunda-feira. Antes de receber os dois ministros do TSE, ele dará uma entrevista para um canal de TV, terá uma reunião com o advogado-geral da União, Bruno Bianco, outra com a presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Ministra Maria Cristina Peduzzi, e mais uma reunião com o ministro da Defesa, Braga Netto, e o alto comando das Forças Armadas.
À tarde, terá outros encontros, como por exemplo com o ministro das Relações Exteriores, Carlos França, e com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e o presidente do Comitê de Cirurgia Robótica da Associação Paulista de Medicina, Antonio Macedo.