O presidente Jair Bolsonaro e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, durante reunião do Brics em Brasília
Jorge William/Agência O Globo
O presidente Jair Bolsonaro e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, durante reunião do Brics em Brasília

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira que buscará na sua viagem à Rússia "melhores entendimentos" e "melhores relações comerciais". Respondendo a um questionamento de um apoiador, Bolsonaro também disse que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, é um conservador.

Em conversa com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada, Bolsonaro confirmou que a viagem está prevista para o fim de fevereiro. Um homem, então, perguntou se Putin seria "conservador" e "gente da gente".

"Ele é conservador, sim", respondeu Bolsonaro.

O homem continuou questionando como seria possível conciliar o conservadorismo com o "comunismo", mas o presidente apenas disse o que busca na viagem:

"Vou estar o mês que vem lá. Melhores entendimentos, melhores relações comerciais."

Como o GLOBO mostrou, a viagem para Rússia e Hungria, que também está no mesmo roteiro, faz parte de uma tentativa de Bolsonaro de reforçar  sua imagem de líder conservador junto a seus apoiadores.


Bolsonaro não abordou a situação geopolítica que a Rússia atravessa. O país enfrenta uma crise profunda com as potências ocidentais, após estacionar dezenas de milhares de militares na fronteira com a Ucrânia.

O temor de uma invasão levou os Estados Unidos a anunciarem a possibilidade de um rompimento completo com o Kremilin. Nesta quarta-feira, o Departamento de Estado informou que a invasão pode acontecer na segunda metade de fevereiro, o que possivelmente coincidiria com a viagem de Bolsonaro.

Em novembro de 2021, o governo de  Putin aderiu ao Consenso de Genebra, atitude celebrada pelo governo brasileiro. O grupo é formado por 36 países que se posicionam em fóruns internacionais contra resoluções e programas relacionados à saúde reprodutiva e aos direitos sexuais, alegando que eles abririam caminho para a descriminalização ou a legalização do aborto.

Putin promoveu uma reforma constitucional em 2020 que proibiu o casamento homossexual. Em outubro do ano passado, em discurso no Clube de Discussão Valdai, um centro de estudos próximo ao governo russo, ele defendeu o que chamou de "conservadorismo saudável".Disse que é “verdadeiramente monstruoso” quando "as crianças são ensinadas desde cedo que um menino pode facilmente se tornar uma menina e vice-versa". 

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