Mensagens realizadas entre procuradores da Lava Jato - e obtidas através do vazamento de conversas entre integrantes da operação - mostram que o presidenciável Ciro Gomes (PDT), e seu irmão e senador Cid Gomes, bem como outros políticos, eram alvos de 'conspirações' por parte dos servidores.
No grupo chamado de "Filhos do Januário 4", a procuradora Laura Tessler enviou uma mensagem - sem motivos prévios -, no dia 13 de fevereiro de 2019, e afirmou que estava "louquinha pra fazer uma visita pra ele".
Outro participante do grupo informou que Léo Pinheor, ex-presidente da OAS, havia realizado acusações contra Ciro em sua delação, mas que recuou em seguida. Jerusa Viecilli, procuradora que integra o "Filhos do Januério 4", respondeu: "Acordo da Galvao tem". Tessler celebrou em seguida: "Massa!"
A procuradora Laura Tessler tornou-se conhecida pelo envolvimento em controvérsias na Lava Jato. Em um dos episódios, Tessler ironizou a doença de Marisa Letícia - ex-primeira dama - após o ex-presidente Lula (PT) - dizer que a saúde da sua ex-esposa havia piorado em decorrência das perseguições da Lava Jato.
Tessler também afirmou que o pedido de Lula para sair da prisão e ir ao enterro do irmão que havia falecido tratava-se de "mimimi" e havia a possibilidade de negar a solicitação, pois o noticiário estava saturado com a tragédia de Brumadinho.
Questionado pela equipe de reportagem da revista Carta Capital, o presidenciável afirmou que as conversas são "mais uma prova de que a organização criminosa comandada por Moro e Dallagnol transformou a estrutura da justiça em um covil de milicianos." E também afirmou que "o tempo está servindo para desmascarar este método nefasto, mas seus efeitos, infelizmente, ainda vão perdurar. A operação abusiva que sofri recentemente é um reflexo tardio deste lavajatismo que ainda sobrevive".