O pré-candidato à presidência da República, Sergio Moro (Podemos) - que pode migrar de partido para a disputa das eleições presidenciais - , afirmou em entrevista na última terça-feira (18) que o governo Bolsonaro "não fez nada" para rever a prisão após a condenação em segunda instância.
"Lutei pela manutenção da prisão em segunda instância. O governo não fez nada. O Planalto, o presidente [Bolsonaro] não fez nada. Quando o Supremo [Tribunal Federal] reviu a prisão em segunda instância e soltou o Lula, soltaram vários criminosos condenados por crimes de corrupção, o Planalto internamente comemorou, em uma visão equivocada, de que aquilo era bom politicamente para o presidente", conta o ex-juiz.
Atualmente, tramita na Câmara dos Deputados uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), de relatoria do deputado Fábio Trad (PSD-MS), que propõe a prisão após condenação em segunda instância.
Moro afirmou, ainda, que foi orientado a não incentivar o andamento da PEC no Congresso. "Depois fui trabalhar para voltar a ter a prisão em sgunda instância. Teria conseguido, com o apoio do presidente [Bolsonaro], mas ele não queria saber. Posso dizer que ministro, vinculado ao presidente, da ala militar, veio até mim e disse: 'O presidente não quer que você mexa com a prisão em segunda instância'".
O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública ainda pontuou que "este governo atual não tem compromisso nenhum com o combate a corrupção" e alegou que o presidente Jair Bolsonaro "é o responsável pela volta do PT e do Lula ao cenário eleitoral".