Uma semana após suspender sua pré-candidatura ao Palácio do Planalto, o ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT), anunciou seu retorno à fase da disputa pré-eleitoral.
"Estou de volta, sim. Eu volto à luta porque o meu partido, os companheiros da bancada, me deram um sinal muito generoso e corajoso. Só fazem esse tipo de gesto aqueles que têm compostura", disse o presidenciável, em entrevista à CNN Brasil nesta quarta-feira (10).
A decisão de Ciro foi tomada após a bancada do PDT na Câmara dos Deputados orientar voto contrário à Proposta de Emenda Complementar nº 23/2021 (PEC dos Precatórios) no segundo turno da votação
. A medida em questão adia o pagamento de precatórios, dívidas já reconhecidas pela Justiça, e abre brechas para que o governo financie o Auxílio Brasil, projeto pensado para substituir o Bolsa Família apenas até o fim do governo Jair Bolsonaro.
Quando a maior parte dos deputados do PDT votou a favor da PEC no primeiro turno, Ciro se mostrou contrariado e disse que suspenderia sua pré-candidatura
até que os deputados pedetistas reavaliassem suas posições. Agora, com a mudança de postura de 11 correligionários
, o presidenciável se diz "mais fortalecido do que nunca" para seguir a campanha.
"Eu não desisti da minha pré-candidatura. Eu suspendi, como um ato de luta. Porque eu não posso tomar bola nas costas", explicou à emissora.
O pedetista aparece estagnado nas pesquisas eleitorais, com, no máximo, 10% das intenções de voto. No levantamento mais recente, divulgado nesta quarta-feira (10) e feito pela Genial/Quaest , ele marcou apenas seis pontos percentuais, ficando atrás do ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro, que registrou 8% das intenções. Na liderança, aparece o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com 48%, e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), com 21%.