O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), afirmou nesta terça-feira que está "tudo parado" ao ser questionado sobre a indicação do ex-advogado-geral da União André Mendonça ao Supremo Tribunal Federal (STF) . Alcolumbre resiste desde agosto em marcar a sabatina do indicado do presidente Jair Bolsonaro ao Supremo . O processo já é o mais longo entre todos os ministros que ocupam uma cadeira na Corte.
"Tudo parado, tudo parado", disse o presidente da principal comissão da Casa a jornalistas, ao ser questionado sobre a situação da sabatina.
Para tentar solucionar o impasse na CCJ, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) marcou uma semana de esforço concentrado, entre 30 de novembro e 2 de dezembro, para análise de todas as sabatinas pendentes, citando especificamente a indicação ao STF como uma delas. O senador amapaense, no entanto, ainda evita se comprometer com a indicação de Mendonça ao Supremo.
Alcolumbre falou brevemente com a imprensa antes da sessão da CCJ realizada nesta terça-feira. O primeiro encontro da comissão, após mais de um mês sem qualquer atividade, durou apenas cerca de dez minutos, e foi destinado à votação de emendas ao projeto da Lei Orçamentária Anual (PLOA). Os parlamentares não debateram as próximas sabatinas abertamente durante o encontro.
Conforme o GLOBO mostrou, senadores que apoiam a indicação de Mendonça buscam formas de driblar Alcolumbre e realizar a sessão de sabatina sem ele. Alguns parlamentares entendem que o regimento da Casa prevê a possibilidade de haver sessão mesmo sem o consentimento do senador que comanda a comissão. A CCJ tem previsão de se reunir todas as quartas-feiras, desde que haja um quinto dos membros presentes.