Desde o início da pandemia, em março de 2020, o Governo Bolsonaro, por meio da Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom), destinou mais verbas publicitárias para a divulgação da nova cédula de R$ 200 do que para ações que reforçavam as medidas de prevenção da covid-19, como uso de máscaras.
As informações estão em um levantamento feito pelo jornal O Globo, com base nos pagamentos feitos pela pasta entre 2020 e 2021.
A publicidade da nota de R$ 200 é a sexta na lista dos principais investimentos do período, atrás de campanhas sobre agenda positiva, economia de água, combate à dengue a de vacinação.
Foram R$ 18,8 milhões para divulgar a cédula, e R$ 14,4 milhões para anúncios sobre uso de máscaras e álcool gel. Atualmente, a nota circula menos que as de R$ 1, que não são mais produzidas.
Com o "tratamento precoce" o governo gastou R$ 18,5 milhões. Muito embora o presidente utilize a expressão "tratamento precoce" para se referir ao uso de medicamentos que não têm eficácia comprovada, a Secom afirma adotou "cuidado precoce", que seria, segundo a pasta, a busca pelo médico antes dos sintomas agudos da doença.
Nesse montante está incluída a contratação de influenciadores digitais para posts orientando a população a buscar por esse "cuidado precoce".
Um dos gastos que chamou atenção foi a destinação de R$ 27,9 milhões para uma campanha internacional do Brasil. Segundo O Globo, o governo teria pago por peças publicitárias em aeroportos e bancas de jornais em Nova York, nos Estados Unidos, e bancas de jornal em Londres com os dizeres "The world needs to know Brazil by Brazil".
O deputado Elias Vaz (PSB-GO) solicitou acesso ao conteúdo produzido, e afirmou que pedirá a auditoria do Tribunal de contes da União no caso.