Presidente da CPI da Covid, Omar Aziz
Reprodução: iG Minas Gerais
Presidente da CPI da Covid, Omar Aziz

Senadores do grupo majoritário da CPI da Covid, o chamado "G7", podem chegar sem consenso à  votação do relatório final de Renan Calheiros (MDB-AL), prevista para ser apreciado pela comissão nesta terça-feira. O impasse envolve dois parlamentares amazonenses de diferentes grupos políticos, o presidente do colegiado, Omar Aziz (PSD), e Eduardo Braga (MDB). Eles divergem sobre como o documento deve abordar a crise de oxigênio em Manaus, um dos capítulos mais dramáticos da pandemia no Brasil.

De um lado, Braga apresentou no final da semana passada uma proposta de acréscimo ao texto de Renan no qual pede que o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), seu adversário política, seja incluído na lista de possíveis indiciados. Ele também cogita apresentar um voto paralelo, caso o relator não acate a sua sugestão.

"Eu defendo que ele (Wilson Lima) seja indiciado pelos crimes que ele cometeu contra a saúde pública, a questão sanitária no estado do Amazonas. Ele e o secretário de saúde. Eles cometeram crimes e precisam pagar por isso", disse Braga.

Omar Aziz resiste à ideia, alegando que o governador já é réu no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Mas o emedebista rebate, dizendo que o governador foi denunciado no caso que envolve processo de compra de respiradores, não pela falta de oxigênio no estado durante o auge de pandemia.

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"Como é uma questão de justiça e republicana, estou otimista que nós encontraremos êxito (por um acordo). Caso contrário, nós também apresentaremos voto em separado. Não dá para tratar essa questão com dois pesos e duas medidas. Como eu posso denunciar alguns, inclusive com crimes de "fake news", e não outros que cometeram crimes diretamente ligados à pandemia, com falta de oxigênio e EPI? Não faz sentido", declarou.

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De acordo com parlamentares envolvidos nas discussões, Aziz estaria disposto a ceder, desde que Renan também incluísse o deputado estadual Fausto Júnior (PRTB), que presidiu a comissão parlamentar na assembleia no estado sobre a crise sanitária.

Uma nova discussão sobre o tema deve ocorrer na noite desta segunda-feira, em uma tentativa de tentar pacificar a questão, na casa de Aziz. Senadores avaliam, no entanto, que é difícil contemplar os dois lados e alguém sairá insatisfeito.

Braga já avisou que sua posição é firme e só vai comparecer se tiver alguma abertura de Renan no sentido de acolher a sua recomendação. Ele não descarta votar contra o parecer de seu aliado.

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