O ministro Alexandre de Moraes prorrogou por mais 60 dias o inquérito aberto para apurar se o presidente Jair Bolsonaro cometeu crime ao divulgar documentos sigilosos de uma investigação da PF sobre um ataque hacker ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) . A ampliação do prazo atende a um pedido feito pela Polícia Federal.
Durante uma transmissão em suas redes sociais em agosto, Bolsonaro divulgou detalhes do inquérito sigiloso da PF e distorceu informações para sugerir que a investigação comprovaria a vulnerabilidade das urnas eletrônicas, o que não é verdade. O deputado Filipe Barros participou da live com o presidente e por isso também se tornou alvo da investigação determinada por Moraes.
No pedido enviado ao Supremo no início do mês, a PF argumentou que a prorrogação é necessária para a realização de novas diligências dentro da investigação, que foi aberta em 12 de agosto por ordem de Moraes. Caberá ao ministro definir por quantos dias deve ser essa prorrogação. Moraes enviou os autos para a Procuradoria-Geral da República (PGR) opinar sobre o assunto.
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Também investigados no caso, o deputado bolsonarista Filipe Barros (PSL-PR) e o delegado da PF Victor Neves Feitosa Campos já prestaram depoimento a respeito das suspeitas de vazamento. Campos era o responsável pela investigação sobre o ataque ao TSE, mas foi afastado por ordem de Moraes sob suspeita de ter participado do vazamento do processo para Bolsonaro.
No despacho que determinou a abertura da investigação, Moraes escreveu que, "sem a existência de qualquer justa causa, o sigilo dos autos foi levantado e teve o seu conteúdo parcialmente divulgado pelo Presidente da República, em entrevista conjunta com o deputado Felipe Barros, no intuito de tentar demonstrar a existência de fraudes nas eleições e ratificar suas declarações anteriores".
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Bolsonaro também se tornou alvo de investigação no inquérito das fake news, conduzido por Moraes, por causa da disseminação de notícias falsas a respeito das urnas eletrônicas.