O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) concedeu uma entrevista coletiva nesta sexta-feira (08), em Brasília e culpou governo bolsonaro pela volta da fome e da inflação. Além disso, o ex-mandatário do Executivo Nacional disse considerar que o país passa por um desmonte e opinou sobre a CPI da Covid.
“Tudo que nós conquistamos está sendo destruído. Esse governo destruiu o respeito pelo salário mínimo, CLT e desmontou as indústrias. É com muita tristeza, num país de 250 milhões de habitantes, com a riqueza que nós temos, que vemos o retorno da fome. Temos riquezas de água, do meio ambiente, petróleo. Tudo isso não vale nada nas mãos de alguém que não se preparou para governar. Nas mãos de alguém que não conseguiria comandar um conjunto habitacional, se fosse síndico”, disse Lula em entrevista coletiva.
Ao citar a prisão em Curitiba e absolvição na Justiça, Lula disse que não quer olhar para trás. “Faz um ano e 11 meses que saí da Polícia Federal. O que aconteceu comigo não faz parte do que quero para o Brasil daqui para frente”, acrescentou.
O ex-presidente também declarou que Bolsonaro é incompetente para governar o país. "Bolsonaro só esbraveja. Ele é totalmente incompetente pra governar esse país. Ele não consegue controlar o preço da carne, não consegue controlar o preço da gasolina. Ele parece uma biruta de aeroporto".
Ao ser questionado por uma jornalista sobre o resultado da CPI da Covid, Lula afirmou que espera que a comissão apresente um bom relatório. "A CPI está trabalhando com seriedade, pelas sessões que tenho assistido as denúncias tem sido muito escabrosas que eu acho que vai dar num processo e o Bolsonaro que se cuide", finalizando a entrevista.
Lula entrou na coletiva com a namorada, Janja, mas compôs mesa com a presidente do PT, Gleisi Helena Hoffmann, o senador Paulo Rocha e o deputado federal Luiz Paulo Teixeira Ferreira.
A entrevista conclui uma série de compromissos de Lula na capital federal, onde o presidente realizou encontros políticos, conversas com movimentos sociais e vistas a apoios mútuos para sua candidatura em 2022 ao Palácio do Planalto.
Na tarde de ontem (07), Lula se reuniu com sindicalistas e representantes de associações de servidores públicos contrários à reforma administrativa , pauta prioritária do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e da equipe econômica do governo Bolsonaro.