Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG)
Marcos Brandão/Senado Federal
Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG)



Ainda com rescaldos do agravamento da crise institucional após o Sete de Setembro, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), fez uma defesa forte do respeito entre os Poderes para evitar uma política agressiva e de 'lacração na internet', além da compreensão do papel de cada um.

"Nós precisamos ter respeito, sobretudo nesse instante, entre os Poderes da República. Esse respeito é fundamental para não se descambar para uma política que seja agressiva, que seja de ironia, que seja da lacração na internet", afirmou.

Para ele, esse é o pilar primordial para que o país siga caminhando adiante. Ele também defendeu que são os Poderes que precisam dar o bom exemplo à sociedade:

"Esse respeito é fundamental para compreensão do que é o meu papel e do que é o papel do outro. Eu não sou presidente do Supremo Trbunal Federal, nem o presidente Luiz Fux é presidente do Congresso Nacional. Tampouco nenhum dos dois é presidente da República e também o presidente da República não pretenda ser nem presidente do Supremo, nem presidente do Congresso".

Pacheco participou brevemente da abertura do evento Pessoas em Movimento: Diálogos para um Melhor Estado, promovido pelo Movimento Pessoas à Frente na manhã desta quarta-feira. No debate do evento, o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, também tocaram no tema.

Guedes concordou com a fala de Pacheco, que pediu unidade e responsabilidade, e reiterou sua confiança em relação à democracia brasileira. Mais uma vez, ele defendeu o presidente Jair Bolsonaro.

"Nosso próprio presidente, em sua Carta à Nação, demonstrou ter plena consciência de que podemos ter um arroubo aqui e outro ali, mas todos temos que jogar dentro das quatro linhas", afirmou.

Ele disse que o respeito vale para todos os Poderes e incluiu a mídia entre eles:"Os quatro poderes básicos da democracia têm que respeitar todas as instituições".

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Já o ministro Luiz Fux afirmou que o respeito às instituições não significa subserviência, mas defendeu o diálogo entre os Poderes para encontrar soluções para os problemas do país:

"Toda evolução, desenvolvimento econômico, diálogo institucional, depende de um pressuposto que é uma democracia inegociável, com respeito à democracia de forma instransigente". 

Papel forte do estado

O evento do Movimento Pessoas à Frente também vai discutir o papel do estado para promover transformação social e contou com o apoio da Fundação Lemann, Instituto Humanize e República.org. Entre as medidas que serão analisadas estão as mudanças que virão com a reforma administrativa, cuja proposta de emenda à Constituição é analisada em comissão especial da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira.

Presidente do Instituto Humanize, José Roberto Marinho desstacou a relevância de se fazer um esforço contínuo para melhorar a qualidade dos serviços públicos prestados à população, no sentido de que haja uma consolidação do papel do estado para que não se fique aos sabores de decisões de governos, nem sempre acertadas.

"O trabalho que estamos fazendo sobre a gestão de pessoas e a melhoria da qualidade dos serviços públicos para a população é um trabalho para evitar um pouco essas gangorras, para não ficarmos dependendo de salvadores da pátria. Nós temos de terum trabalho de equipe constante, de qualidade, para evitar que um mau gestor ao sentar na cadeira destrua tudo, porque se ele tiver uma boa equipe o trabalho vai continuar ", afirmou.


Guilherme Coelho, do conselho diretor da República.org, endossou essa visão:

"Não existe transformação social no Brasil sem transformação de governos e queremos começar pela organização e qualificação das pessoas que trabalham nos governos."

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