Human Rights Watch diz que Bolsonaro ameaça os pilares da democracia brasileira
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Human Rights Watch diz que Bolsonaro ameaça os pilares da democracia brasileira

A ONG Human Rights Watch emitiu nesta quarta-feira (15), Dia Internacional da Democracia, um comunicado em que afirma que o  presidente Jair Bolsonaro (sem partido) está ameaçando os pilares da democracia brasileira. A entidade apontou que o chefe do Executivo vem buscando intimidar o Supremo Tribunal Federal (STF) e tem ameaçado a realização das eleições em 2022.

A entidade lembrou os ataques feitos pelo presidente na manifestação ocorrida no dia 7 de setembro, quando Bolsonaro atacou o Supremo Tribunal Federal e alertou aos brasileiros que “não podemos admitir” a manutenção do sistema eleitoral existente e que não poderia haver “eleições que pairem dúvidas sobre os eleitores”, citando alegações de fraude eleitoral sem nenhuma evidência.

A ONG destacou que os discursos recentes fazem parte de um padrão de ações e declarações do presidente que "parecem destinadas a enfraquecer os direitos fundamentais, as instituições democráticas e o Estado de Direito no Brasil".

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No documento, o diretor de Américas da Human Rights Watch, José Miguel Vivanco, descreve Bolsonaro como um "apologista da ditadura militar no Brasil" e diz que ele está cada vez mais hostil ao sistema democrático de freios e contrapesos.

"Ele ( Bolsonaro ) está usando uma mistura de insultos e ameaças para intimidar a Suprema Corte, responsável por conduzir as investigações sobre sua conduta, e com suas alegações infundadas de fraude eleitoral parece estar preparando as bases para tentar cancelar as eleições do próximo ano ou contestar a decisão da população se ele não for reeleito", diz Vivanco no texto.

A ONG acusa o presidente ainda de violar a liberdade de expressão daqueles que o criticam. Um exemplo disso seria o bloqueio de seguidores em contas de redes sociais utilizadas para anunciar e discutir assuntos de interesse público.


Além disso, a Human Wrights Watch contabilizou a instauração de inquéritos criminais contra pelo menos 16 críticos, incluindo jornalistas, professores universitários e políticos. Segundo a a entidade, mesmo que muitos desses casos tenham sido arquivados sem denúncias, as ações do governo mandam a mensagem de que criticar o presidente pode levar à perseguição.

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