Ex-presidente Michel Temer
Agência Brasil
Ex-presidente Michel Temer

Responsável por construir boa parte do texto da carta assinada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e que sinaliza um cessar-fogo aos demais Poderes da República, o ex-presidente Michel Temer (MDB) o atual mandatário não vai promover uma nova escalada da crise instituicional. Apesar disso, em entrevista ao jornal O Globo, Temer diz que não pode dar garantias sobre as futuras posturas de Bolsonaro..

"Vi tanto entusiasmo nele (Bolsonaro), nas pessoas que se manifestaram e nas pessoas do governo, que eu não vejo risco (de nova tensão), mas evidentemente não posso garantir o que vai acontecer lá na frente. Mas não creio (em recuo), é um documento escrito, não é uma fala verbal", disse Temer.

O ex-presidente disse que convenceu Bolsonaro a assinar a carta-manifesto argumentando que todos ganhariam com o gesto, após a radicalização dos discursos do último 7 de setembro. "Ele, como presidente da República, deveria também pregar uma certa pacificação porque seria útil pra ele, para o país e útil para o governo".

As manifestações de 7 de setembro, convocadas por Bolsonaro, tiveram forte teor antidemocrático e de ataque aos poderes e às instituições, principalmente contra o Supremo Tribunal Federal (STF), na figura do ministro Alexadre de Moraes. O próprio Bolsonaro classificou o magistrado como "canalha" e disse que não iria mais cumprir decisões judiciais dele.

Moraes, que chegou ao STF por indicação de Temer, foi ministro da Justiça dele. Os dois possuem uma boa relação até hoje. Ele é responsável por proferir uma série de decisões judiciais que impactam diretamente Bolsonaristas, como os pedidos de prisões de Roberto Jefferson e do caminhoneiro Zé Trovão, ambos por atacar as instituições democráticas de Direito.

"Ele decide juridicamente, não tem nada pessoal contra ninguém, e está corretíssimo", comentou Temer. disse o ex-presidente, que também mediou uma ligação entre Bolsonaro e Moraes.

Após as repercussões negativas dos atos de 7 de setembro, Bolsonaro procurou o ex-presidente. " Almocei com ele [no dia seguinte] e levei um documento mais ou menos pronto, uma declaração . Ele fez duas observações e disse que estava de acordo". O recuo do presidente desagradou os ativistas que foram às ruas na terça-feira.

- Com informações do jornal O Globo.

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