Apesar do recuo do presidente Jair Bolsonaro, que nesta quinta-feira publicou uma declaração em que pede desculpas pelos ataques ao Supremo Tribunal Federal, um grupo de caminhoneiros segue bloqueando a Esplanada dos Ministérios. O número de caminhões, entretanto, vem diminuindo desde a noite de ontem.
A Secretaria de Segurança Pública acredita que os últimos caminhões que permanecem no local irão liberar a via até o início da tarde desta sexta-feira. No local, a reportagem do GLOBO observou que alguns já desmobilizavam barracas onde eram distribuídos alimentos aos manifestantes. Outros já atuam com os policiais na desobstrução da via.
O grupo vem impedindo o tráfego nas vias N1 e S1, que dão acesso à Esplanada e à Praça dos Três Poderes, desde a noite de segunda-feira, quando invadiram as avenidas sem autorização. Desde a manifestação do dia 7 de Setembro, o grupo permanece lá.
Nesta quinta-feira, o presidente Jair Bolsonaro recebeu algumas lideranças de caminhoneiros que afirmaram que o presidente não pediu para que desmobilizassem. Segundo eles, o grupo só deixaria o local após serem recebidos pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.
"A gente está aqui manifestando, representando um segmento da sociedade brasileira. A gente estabeleceu uma pauta de entrega de um documento ao senador Rodrigo Pacheco e até o momento não tivemos êxito nisso. Permanecemos no aguardo de ser recebido pelo mesmo. E talvez existam algumas questões sobre quanto tempo vai durar: estamos aguardando sermos recebidos pelo Senador Rodrigo Pacheco. Até que isso seja realizado estamos mobilizados em todo o Brasil", disse Francisco Dalmora Burgardt, o Chicão Caminhoneiro, após a reunião.
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O grupo quer entregar um documento que pede, entre outras coisas, o início de todos os pedidos de impeachment de ministros do Supremo. No local, ainda permanecem faixas que pedem o "saneamento do Supremo" e outras pautas caras ao bolsonarismo, como o voto impresso.
Também tem diminuído o número de bloqueios em rodovias. O Ministério da Infraestrutura informou nesta sexta-feira que apenas três estados têm pontos de concentração de caminhoneiros em rodovias federais: Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Rondônia. Segundo o governo "não há pontos de interdição em rodovias federais" no momento.
Este é o terceiro dia de manifestações promovidas por caminhoneiros que são a favor do governo do presidente Jair Bolsonaro e contra os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).