Numa rara visita ao Palácio do Planalto desde que deixou a Presidência do Senado, o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) se encontrou com o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Eduardo Ramos, na quarta-feira, no gabinete ministerial. Na conversa, o presidente da Comissão de Justiça e Constituição (CCJ) do Senado deu um recado importante ao governo: a dificuldade de pautar a indicação do advogado-geral da União André Mendonça para a cadeira de ministro do Supremo Tribunal Federal.
Segundo interlocutores, na conversa com Ramos, Davi Alcolumbre avisou não ter clima entre os senadores para colocar em votação a sabatina de Mendonça
. Após a participação do presidente Jair Bolsonaro em atos antidemocráticos no feriado de 7 de setembro, parlamentares passaram a falar mais abertamente na substituição do nome do ex-AGU pelo do procurador-geral da República, Augusto Aras.
A indicação de André Mendonça está parada há tempo recorde no Senado , como mostrou o GLOBO, outro indicativo de que a nomeação pode ter subido no telhado. São mais de 40 dias de espera desde que seu nome foi oficializado pelo presidente Jair Bolsonaro para que o presidente da CCJ marque sua sabatina. Entre os atuais ocupantes do STF, a que mais aguardou até a apreciação da CCJ foi Rosa Weber: 29 dias.
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O AGU é visto como um nome que agrada o nicho do setor evangélico, mas não tem trânsito o suficiente entre políticos. Aras, por outro lado, é elogiado por senadores do PP, PL e MDB, por exemplo, por seu traquejo com o Congresso Nacional. Senadores devem aproveitar o clima de insatisfação generalizada com o Palácio do Planalto para pressionar pela troca.
Alcolumbre não é frequentador assíduo do Palácio. Esteve lá algumas vezes enquanto presidia o Senado