No Centro do Rio de Janeiro, manifestantes de esquerda ignoraram o movimento de apoiadores de Jair Bolsonaro e foram às ruas para protestar contra o presidente, seguindo a programação do Grito dos Excluídos, que acontece todo 7 de setembro. O ato pede o impeachment do governante , a defesa às instituições democráticas e o veto à Reforma Administrativa.
O ato teve início no Centro, na esquina da Rua Uruguaiana com a Av. Presidente Vargas, por volta das 9h (de Brasília), com destino rumo à Praça da Candelária). Os manifestantes exibiam faixas com críticas ao governo e simpatia a Lula (PT). Broches e bandeira em alusão a eleição presidencial de 2022 foram distribuídos aos montes.
Acompanhados de carro de som, os protestos ocorrem de forma pacífica e a grande maioria usa máscara facial.
A pauta dos protestos também incluiu pedido de aumento do valor do auxílio emergencial pago durante a pandemia e manifestações contra a privatização da Petrobras e dos Correios.
O ato contou com a presença do vereador Chico Alencar (PSOL-RJ), que afirmou que os atos pró-governo impulsionados por Jair Bolsonaro são o ensaio para uma ruptura democrática.
"É inegável a escalada autoritária no Brasil. Há um ataque crescente a constituição. As conquistas democráticas que a minha geração teve estão sendo ameaçadas pela Presidência da República. O Bolsonaro quer fazer um ensaio para um golpe mais pesado antevendo uma derrota eleitoral. Vai dar uma de Trump. Eu estou até surpreso porque o que fizeram de terrorismo, até algum dos nossos acharam prudente não irmos às ruas. Fico imaginando, se não viessemos no tradicional grito dos excluídos, quando vier o golpe nos vamos para onde? Para debaixo da cama?", declarou.
Outro político presente foi o vereador Tarcísio Motta (PSOL-RJ), que reforçou a importância do movimento em pleno 7 de setembro.
"Estamos do lado dos excluídos. Estamos na rua lutando por comida, por direitos. Sabemos que a democracia que está em risco nunca chegou para a maioria dos brasileiros. Estamos sonhando com tempos melhores. Por isso dizemos "Fora, Bolsonaro". Com ele no Palácio do Planalto, o povo seguirá excluído. Seguimos com brilho nos olhos e esperança no futuro", discursou Tarcísio Motta.
Cabe destacar que, ao longo da semana, lideranças da oposição como Ciro Gomes (PDT), Marcelo Freixo (PSB) e Marina Silva (Rede) recomendaram que seus seguidores não fossem aos atos.
A deputada estadual Monica Francisco (PSOL-RJ) enfatizou a importância da luta feminina na manifestação.
"É fundamental que as mulheres estejam na rua. Estamos vivendo um retrocesso no que diz a respeito à política sobre os direitos das mulheres. É impossível a manutenção de um governo que atenta contra a vida das mulheres negras. Estar nas ruas hoje defendendo educação e vacina é fundamental porque impacta diretamente na vida de mulheres negras e pobres", declarou.