O motoboy Marcio Queiroz de Morais disse ao "Estado de São Paulo" que levava dinheiro vivo em mochilas para a VTC Log, empresa investigada na CPI da Covid. A cúpula da comissão identificou, através de dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que funcionários da empresa faziam dezenas de saques em espécie, sob pretexto de pagar funcionários ou serviços. As informações constam em requerimento assinado por Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
Segundo o jornal, em dois meses, o motoboy fez saques em dinheiro vivo num total de R$ 450 mil. Ele disse que "sacava e levava" o dinheiro de agências do Aeroporto de Brasília e do Setor Comercial à sede da empresa.
"(O dinheiro era guardado) na mochila. 100 (mil reais), 50 (mil). Chegou até 200 mil", disse Marcio Queiroz ao "Estadão".
Procurado pelo GLOBO, Marcio não quis comentar o caso. A VTC Log é uma empresa de logística com contratos milionários no Ministério da Saúde, responsável pelo transporte de insumos, inclusive vacinas.
Em entrevista à Globonews, Randolfe disse que a comissão tem "elementos para acreditar que essa empresa era também utilizada para abastecer, fazer distribuição de recursos para funcionários públicos" e que há a "hipótese' de que a VTC Log esteja envolvida em "esquema de lavagem de dinheiro".
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A CPI da Covid aprovou, na última quarta-feira, a convocação de um outro motoboy que prestou serviços para a empresa, Ivanildo Gonçalves. A cúpula da comissão identificou, através de dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que ele fez diversos saques para a VTC Log. Em requerimento, Randolfe Rodrigues cita que a maioria dos saques feitos por Ivanildo foi em espécie na boca do caixa.
A empresa afirmou, em nota, que "a origem das suas receitas são comprovadamente lícitas, decorrentes de serviços efetivamente prestados, citando como exemplo que é responsável pela distribuição de todas as vacinas fornecidas pelo Governo Federal”.