O presidente Jair Bolsonaro disse que vai vetar artigo da reforma do Código Eleitoral que institui quarentena para candidatura de juízes, militares e policiais. A proposta faz parte do projeto de reforma eleitoral que está em tramitação na Câmara. A ideia de quarentena foi apresentada pela relatora do projeto, deputada Margarete Coelho (PP-PI). Pela proposta, juiz, militar ou policial só pode disputar eleição cinco anos após deixar o cargo público.
Em transmissão ao vivo em sua rede social na noite de quinta-feira, Bolsonaro alegou que não poderia apoiar a ideia só porque ela prejudica seu adversário, o ex-juiz e ex-ministro de seu governo, Sérgio Moro.
"Tô vendo tramitar uma reforma eleitoral que não é minha, é lá do Congresso e fiquei chateado, se eu fosse deputado, dizendo que tá sendo criado uma quarentena para juiz, militar e policial", disse Bolsonaro.
Com apoio político de integrantes de corporações policiais e também de militares, o presidente sustentou que a vedação da candidatura seria uma "discriminação".
"É uma tremenda discriminação. O policial tem direito a se candidatar a hora que bem entender, o juiz também. E tô vendo aqui que o projeto é bom para o presidente porque tira de combate o Sergio Moro", disse, acrescentando:
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"Não posso cometer.... para tirar ele da corrida. Quero mais é que se ele se resolver candidatar, que se candidate. E se ganhar, vou desejar boa sorte para ele. Não quero usar uma lei para perseguir as pessoas."
Bolsonaro fez um apelo ao Congresso para não aprovar a quarentena:
"Que não aprovem esse artigo. Logicamente, a princípio eu veto aqui, mas a palavra final é do parlamento."
O presidente alegou ainda que se o Congresso impor essa restrição a juízes, policiais e militares, também deveria aplicar a regra para outras categorias, como médico e advogado.
"Quem quer vir candidato, venha candidato. Se tiver voto, que assuma seu mandato e faça aquilo que prometeu durante a campanha."