A CPI da Covid acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira para pedir o compartilhamento de informações existentes em processos envolvendo o líder do governo Jair Bolsonaro (sem partido) na Câmara, deputado federal Ricardo Barros (PP-PR) . Barros é investigado pela comissão e já prestou depoimento na condição de testemunha.
A CPI requer acesso a dois procedimentos específicos, mas pede também a cópiade "quaisquer outros processos" nos quais Barros
apareça como réu. A indicação dos dois processos foi feita após consulta da comissão à Procuradoria-Geral da República (PGR), que registrou a tramitação dos procedimentos sigilosos.
A solicitação foi encaminhada ao presidente do STF, ministro Luiz Fux, pelo senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da comissão, e pede para que a documentação seja encaminhada no prazo de cinco dias.
No requerimento das provas feito à própria CPI, o senador Humberto Costa (PT-PE), integrante da comissão, afirma que o acesso a todos os supostos procedimentos, processos e feitos investigativos iniciados contra Barros é "imperioso e imprescindível ao desenrolar da fase instrutória e, obviamente, ao futuro deslinde das investigações".
A CPI está de olho na relação de Barros com a Precisa , empresa que representou no Brasil a Covaxin, vacina desenvolvida pelo laboratório indiano Bharat Biotech. Foi o imunizante mais caro a ter contrato fechado com o Ministério da Saúde, ao custo de 15 dólares a dose. O negócio acabou suspenso pela pasta após o caso ter entrado no radar da CPI.
Quando Barros foi ministro da Saúde no governo do ex-presidente Michel Temer (2016 a 2018), o ministério firmou negócio com a empresa Global, que recebeu pagamento adiantado, mas não forneceu os medicamentos que deveria. Em razão disso, ele tem um processo por improbidade administrativa na Justiça Federal. A Global é sócia da Precisa.