O ex-presidente do Senado Davi Alcolumbre (DEM-AP) classificou como "grave afronta" o pedido de impeachment, protocolado pelo presidente Jair Bolsonaro, do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal . Em conversa com interlocutores relatadas por diferentes fontes ao GLOBO, Davi afirmou que, diante da ofensiva de Bolsonaro , não vai mais pautar, como presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, a indicação de André Mendonça, atual advogado-geral da União, ao Supremo Tribunal Federal.
Segundo palavras do próprio Davi Alcolumbre, "não há mais clima" para que a indicação feita por Bolsonaro entre na pauta do Senado. O parlamentar argumentou que, "se Bolsonaro não respeita o Supremo, não tem condições de cobrar celeridade para a indicação".
O pedido de impeachment protocolado por Bolsonaro jogou por terra a articulação política que estava sendo feita por senadores aliados, como Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) e Jorginho Mello (PL-SC), e pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), para distensionar a relação com Davi e agilizar, no Senado, a tramitação da indicação de Mendonça. Flávio Bolsonaro e Jorginho Melo chegaram a pedir ao presidente da CCJ que avocasse para si a relatoria da indicação, de forma a mostrar que a relação estaria pacificada e que nada teria contra Mendonça, cuja aprovação na sabatina do Senado estava dada como certa pelo Planalto.
A interlocutores de seu núcleo político, Davi tem deixado transparente como água a sua opinião: não está insatisfeito com o indicado, mas com quem o indicou.