Senadores da CPI da Covid avaliaram que o depoimento do auditor afastado do Tribunal de Contas da União (TCU) Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques mostra o cometimento de crimes pelo presidente Jair Bolsonaro, como o de falsificação de documento público. Alexandre disse ter compartilhado com o pai um documento apontando a possibilidade de o número de mortes na pandemia ser menor do que o registrado.
O pai dele repassou o arquivo para Bolsonaro e, em algum momento depois disso, o documento foi alterado. Alexandre, porém, disse não saber quem o adulterou.
CPI da Covid: Auditor do TCU indica que documento que baixou número de mortes por Covid, usado por Bolsonaro, foi adulterado na Presidência da República
Em junho, Bolsonaro mencionou o documento atribuindo-o ao TCU, mas, em nota, o tribunal de contas negou que o relatório tenha sido produzido pelo órgão e informou que se tratava de "uma análise pessoal" do auditor.
O vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), citou o crime de falsificação de documento público, previsto no artigo 297 do Código Penal, com pena de dois a seis anos mais multa, podendo ser aumentada em um sexto se o autor é funcionário público, caso do presidente.
"Não temos dúvida de que o presidente da República incorreu em crime contra a fé pública constante no artigo 297 do Código Penal", disse Randolfe.
O vice-presidente da CPI afirmou acreditar em Marques e apresentou o trecho de um vídeo em que o próprio Bolsonaro disse:
"Errei quando falei do TCU. A tabela não é do TCU. Foi feita por mim."