Ao deixar o Hospital Vila Nova Star na manhã deste domingo (18) , o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) conversou com a imprensa e defendeu o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, dizendo que Brasília é "o paraíso dos lobistas" e que o governo não negocia com "picaretas".
Nessa sexta-feira (16), o jornal Folha de S. Paulo revelou um vídeo que mostra o general negociando a aquisição de 30 milhões de doses da vacina Coronavac com intermediadores por quase o triplo do preço oferecido pelo Instituto Butantan. A gravação contradiz o depoimento dado pelo general na CPI da Covid em maio deste ano . Na oitiva, Pazuello afirmou que não podia negociar doses de vacina da Pfizer porque isso era função do "nível administrativo, não do ministro".
"Brasília é o paraíso dos lobistas, de picaretas. Todos pressionavam por vacinas. Muitas pessoas foram recebidas no ministério. O próprio traje do Pazuello, ele está sem paletó. Aquele pessoal se reuniu com diretor responsável por possível compra lá no ministério e na saída conversou. Agora, se fosse algo secreto, algo superfaturado, ele estaria dando entrevista ou estaria escondido no porão do ministério?", disse Bolsonaro.
"Agora, acredita quem quiser: o nosso governo não gastou um centavo com picareta. Parabéns ao Pazuello", disse Bolsonaro, também parabenizando o coronel Elcio Franco, que ocupou o cargo de secretário-executivo da pasta.
"Acusar de corrupção
por algo que não compramos, não pagamos, é má-fé", continuou o presidente. "Eles queriam que pagassem 50% adiantando. Dar bilhões para um cara para receber vacina não sei quando. Não existe isso".
Quando o mandatário foi questionado sobre o que achava da postura de Pazuello em relação à situação, Bolsonaro afirmou que se estivesse na Saúde, teria apertado a mão "daqueles caras tudo". "Ele não tava sentado na mesa. E se fosse propina não daria entrevista".