Em meio a incerteza de quando receberá alta, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) teria ligado para o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) na noite da última quarta-feira, 14, acenando a licença para que ele presida o país interinamente até domingo, 18. A oferta pode passar a valer a partir de hoje. A informação é do colunista Lauro Jardim, de O Globo.
O contato teria sido feito já quando Bolsonaro foi transferido de Brasília do Hospital das Forças Armadas, em Brasília, para o Vila Nova Star, em São Paulo.
Segundo o colunista, esse foi um gesto duplamente calculado de Bolsonaro: por afagar Lira, o homem que tem o poder de abrir um processo de impeachment contra um presidente; e por resolver o problema de Hamilton Mourão, vice-presidente, não estar no Brasil neste momento para assumir a função.
Há um impasse sobre Lira realmente pode assumir ou não a presidência, já que ele possui duas denúncias da Procuradoria Geral da República (PGR) contra ele no Supremo Tribunal Federal (STF) e, o próprio Supremo impede que réus assuma a presidência do país. Entretanto, a defesa de Lira recorreu das duas decisões dos processos e, por isso, alega que o presidente da Câmara ainda não pode ser considerado réu e poderia assumir a função até domingo.
Caso Lira não possa assumir e com a chegada de Mourão ao Brasil prevista somente para a próxima semana, há uma linha sucessória estabelecida previamente pela Constituição Federal, na qual o próximo da fila seria o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).