O presidente do Haiti, Jovenel Moise, assassinado na madrugada desta quarta-feira (7), havia denunciado, em fevereiro deste ano, uma tentativa frustrada de golpe de Estado e atentado contra sua vida. As informações são do Uol.
Na época, vinte e três pessoas foram detidas pelas autoridades, incluindo o juiz do Tribunal de Cassação e uma inspetora da polícia nacional.
"Agradeço ao responsável pela minha segurança e pela do palácio. O sonho dessa gente era atentar contra minha vida. Graças a Deus isso não ocorreu. O plano foi abortado", declarou Moise, em fevereiro.
Ao El Pais, no mesmo mês, Moise afirmou que só deixaria o poder em fevereiro de 2022, cinco anos após assumir seu mandato. A oposição alega que o presidente deveria deixar o cargo no início deste ano, já que foi eleito a primeira vez em 2015. O Haiti teve um governo provisório até novas reuniões em 2016.
Uma nova eleição estava sendo preparada para o final deste ano. Moise afirmava que não participaria da corrida eleitoral.
"Entregarei o poder ao seu proprietário, que é o povo do Haiti. Os oligarcas corruptos acostumados a controlar presidentes, ministros, Parlamento e Poder Judiciário pensam que podem tomar a presidência, mas só existe um caminho: eleições. E eu não participarei dessas eleições", afirmou o então presidente ao jornal El Pais em fevereiro.
De acordo com Moise, a tentativa de golpe de Estado era uma "sequência de ações" e "um pequeno grupo de oligarcas queria se apoderar do país".
"Até agora os governos eram fantoches dos grupos econômicos, mas hoje isso não acontece, e nossas decisões caem muito mal para aqueles que se sentem poderosos e intocáveis", reiterou.
O óbito de Jovenel Moise foi confirmado pelo primeiro-ministro interino do país, Claudio Joseph, que declarou que o ataque derivou de pessoas estrangeiras, que falavam inglês e espanhol. A primeira-dama de Moise também foi ferida e encaminhada ao hospital, mas não resistiu. A causa do assassinato ainda não foi revelada e segue sendo investigada.