Omar Aziz e Renan Calheiros
Divulgação/Agência Senado/Edilson Rodrigues
Omar Aziz e Renan Calheiros

A CPI da Covid ouvirá pelo menos três testemunhas nesta semana em busca de explicações sobre possíveis irregularidades na compra da Covaxin . Nesta terça-feira, está marcado o depoimento da servidora do Ministério da Saúde Regina Célia Silva Oliveira, na quarta-feira, os parlamentares recebem Roberto Dias, ex-diretor de Logística da Pasta. Já na quinta-feira, falará Francieli Fontana, ex-coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI). A sessão de hoje também deverá analisar a quebra de sigilo do líder do governo Ricardo Barros (PP-PR), que teria sido sido citado pelo presidente Jair Bolsonaro como responsável por um suposto esquema de corrupção na aquisição da vacina indiana.

Atendendo ao requerimento do senador Humberto Costa (PT-PE), Regina Célia deverá explicar por que aceitou dar continuidade ao processo de compra da Covaxin, mesmo após constatação de irregularidades na documentação. O nome da servidora entrou na rota da investigação após o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) responsabilizá-la pelo avanço nas tratativas que incluíam o pagamento antecipado de US$ 45 milhões para a Madison Biotech, uma subsidiária em Cingapura da farmacêutica Bharat Biotech.

Roberto Ferreira Dias, que estará na CPI na quarta, se tornou pivô de escândalos envolvendo a compra de duas vacinas. No caso da AstraZeneca, o colegiado investiga a participação de Dias em uma “negociação paralela” com a empresa americana Davati Medical Supply para a compra de 400 milhões de doses da Astrazeneca, na qual ele teria cobrado propina de US$ 1 por dose.

Nas tratativas para compra do imunizante indiano Covaxin, Dias é acusado pelo servidor da Saúde Luis Ricardo Miranda de pressionar de forma "atípica" para acelerar a liberação da importação emergencial da vacina. A dose da vacina negociada pelo governo é a mais cara entre todas as que foram contratadas pela Saúde, e o processo de aquisição do imunizante foi o mais célere de todos.

A ex-coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI), Francieli Fontana, que deixou a pasta na última semana após dois anos no cargo, encerra as oitivas da semana. Ela teve o sigilo quebrado pela comissão e, em entrevista à “Folha de S. Paulo”, afirmou que as declarações do presidente Jair Bolsonaro prejudicaram o andamento e a estratégia de vacinação contra a Covid-19 no Brasil.

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