A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que pede a volta do voto impresso deverá ser rejeitada pelos membros da Comissão que discutem a questão em Comissão na Câmara dos Deputados. A avaliação foi feita pelo relator, deputado Filipe Barros (PSL-PR) nesta segunda-feira (5).
“Havia um ambiente na comissão que apontava um sentido diferente, ou seja, não haveria muita dificuldade de aprovação do relatório. Ocorre que houve uma movimentação externa, encabeçada pelo presidente do TSE (ministro do Supremo Luis Roberto Barroso) e os partidos fecharam questão, trocaram os membros da comissão. Isso embaralhou o jogo. O que era pacífico virou uma dificuldade. Hoje, a tendência é de não aprovação”, revela o parlamentar em entrevista a rádio Jovem Pan.
Presidentes de 11 partidos contrários a mudança, se movimentaram nos bastidores e substituíram representantes na Comissão, para que a proposta fosse rejeitada na votação.
Segundo avaliação de membro da Comissão, dos 34 parlamentares aptos a votar nesta questão, pelo menos 17 irão votar contra.
No entanto, ainda que a PEC seja aprovado na Comissão e encaminhado ao plenário da Casa, o projeto, defendido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), provavelmente será rejeitado.
“O plenário reflete a comissão. Quando vai ao plenário, você já tem a posição partidária definida, há os deputados que são influentes. Se a posição partidária é fechada contra, os membros são trocados no colegiado, o partido vai exercer essa influência na bancada. Aí, fica muito difícil”, diz Barros.
“O ambiente está super polarizado, tudo o que envolve o presidente alguém é contra porque a ideia é dele, isso contaminou”, completa o deputado.