Concentrada nas últimas semanas na apuração de irregularidades na compra de vacinas, a cúpula da CPI da Covid avança, sem alarde, sobre outra linha de investigação que preocupa o Palácio do Planalto: a identificação e responsabilização de aliados do presidente Jair Bolsonaro que teriam disseminado notícias falsas na pandemia, como o desestímulo ao uso de máscara e o incentivo ao tratamento com medicamentos ineficazes, como a cloroquina.
Até agora, oito pessoas próximas ao presidente e ao seu entorno tiveram os sigilos telefônico e telemático quebrados pela comissão. Além disso, a CPI requisitou às empresas responsáveis por redes sociais o conteúdo já publicado nas contas ligadas ao grupo, para evitar que provas sejam apagadas.
O objetivo é mapear quem está por trás da propagação de notícias falsas e a relação com o governo. O principal alvo é o chamado “gabinete do ódio” , grupo que seria ligado ao presidente e ao seu filho Carlos Bolsonaro, vereador do Rio de Janeiro pelo Republicanos e apontado como o responsável informal pela comunicação digital do governo.