Flávio Bolsonaro (Patriora-RJ)
Marcos Oliveira/Agência Senado
Flávio Bolsonaro (Patriora-RJ)


O senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) afirmou que não houve crime de prevaricação por parte de seu pai, presidente Jair Bolsonaro (sem partido), após a denúncia feita pelo servidor público, Luis Ricardo Miranda, e seu irmão, o  deputado federal Luis Miranda (DEM-DF), em depoimento à Comissão de Inquérito Parlamentar (CPI) da Covid-19. As informações são do jornal O Globo,

De acordo com Flávio, Jair Bolsonaro teria comunicado ao então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, de uma possível irregularidade na compra de vacinas, mas que o retorno foi de que todo o processo de compra seguia de maneira correta. O senador foi questionado sobre a relação com o Centrão, após a denúncia, e afirmou que partidos "são fundamentais para o país".

Quando indagado se o presidente teria prevaricado ao não comunicar a Polícia Federal ou Ministério Público quando foi alertado de suspeitas na compra da Covaxin, o senador respondeu que não teve prevaricação, pois teria comunicado o ex-ministro Eduardo Pazuello.

"Óbvio que não teve prevaricação. O presidente informou ao ministro da Saúde (na época, Eduardo Pazuello) o que tinha sido relatado. O ministro, na sua hierarquia de comando, cobrou também algum retorno, se havia algo de irregular. O retorno foi que não havia nada irregular, processualmente falando".

Flávio Bolsonaro foi perguntado se haveria algum documento que registrasse que Jair Bolsonaro comunicou a Pazuello. Em resposta, o parlamentar disse acreditar que não tenha nenhum documento e que essas conversas geralmente ocorrem por telefone.

"Acredito que não. Isso acontece muito pelo telefone. 'Olha, tem uma denúncia aqui, uma suspeita de irregularidade no contrato tal. Dá uma olhada e vê se tem algo de irregular'. Aí avaliam que não tem nada e falam: 'Chefe, a princípio não tem nada'. Não tem porque acusar o presidente Bolsonaro de prevaricação".

O parlamentar também foi perguntado sobre Ricardo Barros, líder do governo na Câmara, e Roberto Dias, o ex-diretor do Ministério da Saúde, que são ligados ao Centrão, se o bloco atrapalha o governo de alguma forma. Flávio Bolsonaro respondeu que não e defendeu Ricardo Barros.

"Não, em absoluto. Mais uma vez: não tem prova de absolutamente nada. O depoente (Luiz Dominguetti) foi perguntado se conhecia Ricardo Barros, se conhecia algum parlamentar. Ele falou que não conhecia ninguém. O nome do Ricardo Barros surge de uma denúncia infundada, né? O próprio presidente nunca confirmou que tenha falado o nome de Ricardo Barros, né? Por enquanto, só o deputado Luís Miranda diz que o presidente falou isso".

O senador ainda completou dizendo que "até agora não tem nada que comprove isso. É uma tentativa de construir uma narrativa, não há fatos concretos", sobre a participação de Ricardo Barros no esquema. E salientou que Roberto Dias foi exonerado do cargo por prevenção, "para depois não acusarem o ministério de adulterar algo por interesse próprio".

Perguntado sobre como estaria a relação do governo federal com o Centrão, Flávio afirmou que nada mudaria, e que "são fundamentais para o país".

"Não. De forma alguma. Os partidos que são adjetivados de centrão são fundamentais sempre para o país. Representam parcela significativa da população. Quando há pleitos legítimos e republicanos, devem, sim, ser atendidos pelo governo. O governo não tem pessoas com perfis ideais em todos os locais do Brasil. A máquina é muito grande, apesar de todo o esforço do presidente de enxugar a máquina pública. Essa é uma tentativa de colocar contra o governo aliados que são importantes para o país".

Senador também foi perguntado sobre a suspensão do contrato da Covaxin e alegou que oposição cria narrativa para desestabilizar o governo. 

"É aquela a narrativa, né? Se não suspendem o contrato, vão acusar o presidente ou o governo de estar levando alguma vantagem ou sendo imprudente de não investigar antes de comprar a vacina. Então, a decisão foi de suspender e ver o que que vai aparecer. A princípio, até agora, absolutamente nada. Então, eu, da minha parte, não vejo por que suspender a compra, a não ser que a Anvisa tenha algo contra e não autorize a importação da vacina. Aí é uma questão técnica".


Por fim, Flávio avaliou o  depoimento de Luis Paulo Dominguetti como "devaneio" e disse que policial militar terá dificuldade para provar que houve um esquema de propina.

"Um devaneio. Todo mundo esperando que tenha alguma prova de que havia algum pedido de propina e, no final, não trouxe prova nenhuma. Já foi, inclusive, contraditado. Ninguém negou que houve a reunião. As pessoas jantam por diversos motivos. Ele vai ter dificuldade de provar, já que não há provas de nada".

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